23 de novembro de 2021

Primeira Impressão

Borogodó
MC Carol




Um dos nomes mais interessantes do atual cenário funk/rap do Brasil é a MC Carol. Completamente fora de padrões em relação aqueles que fazem sucesso atualmente, a artista é dona de um talento e carisma avassalador que vem sendo retratados em memes e gifs pela internet. Uma pena, porém, que o segundo álbum dela não consegue dar a base para que MC Carol possa mostrar de maneira clara toda a sua capacidade. Mesmo assim, Borogodó ainda guarda algumas surpresas divertidas.

O primeiro álbum da carreira da MC intitulado Bandida foi uma grata surpresa que tinha “uma produção que se pode classificar como impecável”. Em Borogodó, porém, existe uma sensação que a produção não tem o mesmo cuidado que o anterior, especialmente nas finalizações das canções. O resultado final parece mais uma demo que o um trabalho oficial, especialmente na produção vocal de Carol. Além disso, o álbum se baseia demais na sonoridade que está em alta, esquecendo de adicionar criatividade que desse para a funkeira ainda mais personalidade. Liricamente vulgar, mas explicável, Borogodó é salvo pela imensa personalidade de Carol e pela sua força como artista que preenche alguns espaços de forma avassaladora. Não salva completamente, mas mostra que com um material melhor, a artistas pode brilhar de forma irrestrita. Esse é ocaso da sensacional Levanta Mina“com produção de DJ Thai, single é uma inspirada, classuda e marcante mistura de funk com hip hop e pop que cria uma batida direta e radiofônica que poderia muito bem está no topo das canções mais ouvidas no Brasil”. Outros momentos bons ficam por conta da autoexplicativa Mulher do Borogodó, a vulgar e divertida Barbaridades, a rápida e rasteira Mulher de Negócios que poderia ser um musicão se não fosse tão curta, a prazer culposa Novinho de 17/Pau Quebra com a presença de cl no beat e Cleytinho Paz e, por fim, o remix de Calibre Grosso/Passar 38 (Brega Funk Mix). Puro suco do Brasil, Borogodó é como ouvir o ao vivo de baile proibidão de funk que poderia ser o melhor baile de todos os tempos, mas que termina morno e quase sem inspiração. E, sinceramente, a MC Carol merece mais do que apenas morno.

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