17 de maio de 2016

Primeira Impressão

Honey
Katy B


Honey, terceiro álbum da inglesa Katy B, está no meio do caminho entre ser um ótimo álbum e uma verdadeira decepção. Nem lá, nem cá. Não é inesquecível, mas passa longe de dispensável. Há muitos momentos mornos, mas há momentos que pegam no tranco e entregam o fogo necessário. Honey, resumidamente, é agridoce.

A ideia central de Honey parece ser o de entregar uma sonoridade eletrônica/dance pop/R&B que consiga, ao mesmo tempo, eletrificante para as pistas e poder embalar corações apaixonados e/ou quebrado. A melhor definição criada por mim para esse tipo de sonoridade é "música para fazer dançar e sofrer na pista de dança". Apesar de ter todas as ferramentas e, de certa forma, alcançar o objetivo, Katy B não consegue encontrar uma maneira de fazer o álbum soar melhor do que uma bem intencionada e redondinha coleção de faixas bem produzidas. Ao chamar uma lista de respeito de produtores/artistas com o melhor do eletrônico underground da cena britânica, mas que, infelizmente, nunca encontram a receita perfeita para elevar a qualidade geral do álbum. Com batidas cleans e bem conduzidas, Honey careceu de uma mão mais forte para elevar as canções como é o caso do single Who Am I que tem com um dos produtores o Diplo. A faixa aposta fortemente em uma atmosfera R&B e uma composição forte e, também, viciante. Um ponto positivo em Honey é as suas composições que em momento nenhum caem no lugar comum ou se apoiam em clichês bobos. Entretanto, ainda faltou certa potencia criativa para mostra um lado mais visceral e marcante das crônicas sobre amor e desilusões. Um bom exemplo disso é a faixa Heavy que é um trabalho lírico elogiável, mas que poderia render mais com as aparadas de algumas arestas. O que é uma constância em Honey é a própria Katy B que transita entre as todas as facetas do álbum, das canções dançantes até as mais "paradas", com um graça, elegância e versatilidade reconfortantes, aliando ao fato do seu timbre vocal ser deliciosamente delicado e melódico. Outros bons momentos do álbum são Chase MeLose Your Head e versão solo de Turn the Music Louder. Espero que Katy B não fique parada nesse caminho, mas que possa no futuro andar alguns quilômetros. 

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