30 de setembro de 2015

Um Tema Para Sam

Writing's On the Wall
Sam Smith

Sam Smith foi escolhido como o dono do tão cobiçado tema do novo filme do James Bond intitulado Spectre. Uma façanha considerável, pois, além de entrar na seleta lista de nomes masculinos a encarar esse posto, Sam é um dos mais jovens no hall que tem nomes como Paul McCarthey, Louis Armstrong, Madonna, a lendária Shirley Bassey e, mais recentemente, Adele. A canção lançada foi intitulada Writing's On the Wall.

Reparei que após a divulgação de Writing's On the Wall houve muitas criticas negativas em relação a música comparando com os trabalhos anterior da Adele e da Shirley Bassey alegando que a canção não estaria a altura. Infelizmente, eu acredito que essas pessoas não tenham entendido o conceito da música, pois invés de fazerem comparações, essas deveriam fazer ligações. Explico: como todo o tema de filme de James Bond, os compositores/produtores têm acesso a história do longo e, por isso, a canção reflete a atmosfera pretendida pelo diretor. Se em Skyfall tudo remetia a uma grandiosidade de uma explosão que marca o começo do fim do mundo de Bond como ele conhecia até então, Writing's On the Wall parece marcar a doce melancólica que deve ser o final desse processo começado no filme anterior com o passando do agente britânico vindo à tona. Por isso, a produção, mesmo seguindo a cartilha de tema de James Bond com o seu arranjo grandiosamente épico e classudo, entrega uma canção mais intimista do que poderia se esperar. Não é um defeito essa característica, mas não é tão pomposo como muitos imaginavam ainda mais se comparar com outras músicas escolhidas como tema. Felizmente, Sam Smith compensa com sua performance linda mostrando as várias facetas de sua voz ao cantar uma composição contidamente emocionante que dá detalhes sobre o que podemos ver na última vez de Daniel Craig irá defender um dos personagens mais ícones da cultura pop mundial.
nota: 7,5

28 de setembro de 2015

A Sia Certa

Alive
Sia

A cantora Sia já não é nenhuma ilustra desconhecida mais, apesar de ainda de estar na fase de esconder o rosto em aparições públicas. Depois do imenso sucesso do single Chandelier que ajudou nas vendas do 1000 Forms Of Fear, Sia tornou-se uma dos principais nome no mainstream atualmente com o seu talento vocal e como compositora sendo reconhecida quase unanimemente pela critica especializada. Na minha visão, Sia é, sim, uma força da natureza como artista, mas o seu último álbum não esteve a altura do talento dela ao ser cheios de altos e médios momentos. Porém, não será preciso esperar muito tempo para saber se a cantora vai continuar em alta, pois a cantora deve lançar o seu novo álbum This Is Acting ainda esse ano e já conta com um single: a ótima Alive.

A canção, na verdade, seria destinado para Adele que a co-escreveu ao lado de Sia e de Tobias Jesso Jr., mas a inglesa decidiu "passar adiante" a faixa. Alive, então, foi recusada pela Rihanna e, por fim, Sia decidiu gravar a música e lançar como single. E não poderia ser uma melhor ideia: Alive é o perfeito veiculo para a australiana continuar a onde de sucesso. Começa pelo fato da composição ser tudo o que poderíamos esperar da união de duas compositoras tão talentosas: de um lado temos a forção emocional de Adele do outro temos a refinada visão linguística e com um apuro em lapidar emoções para na cair em algo piegas da Sia. Por causa dessa mistura, Alive passa uma poderosa mensagem de superação de maneira austera e com um refrão simples e avassalador. Apesar de alguns exageros vocais da Sia no final da canção, não há como negar que a cantora simplesmente está acachapante usando todo o seu potencial vocal mostrando o motivo por ter conseguido o seu statos como uma das grandes cantoras da atualidade. A produção de Jesse Shatkin não entrega nenhuma grande ousadia, mas faz com louvor uma power balada com uma quebra de expectativa na parte final que ajuda a canção a ganhar uma estética bem própria da Sia. Por enquanto, a Sia acertou em cheio. Esperamos as próximas músicas.
nota: 8  

27 de setembro de 2015

Janet, O Retorno

No Sleeep
Unbreakable
Janet Jackson

Recentemente, eu fiz um especial que destacava um dos trabalhos da Janet Jackson. Essa postagem ajudou a mostra uma coisa: Janet faz falta no meio musical. Felizmente, a cantora resolveu terminar um hiato de sete anos sem lançar um álbum inédito (o último foi Discipline de 2008): intitulado Unbreakable, o trabalho será a base para a sua mais nova turnê mundial e já têm dois singles lançados. A primeira música a ganhar a luz do dia foi a boa No Sleeep.

A nova fase de Janet marca uma volta ao seu passado glorioso ao trabalhar novamente com a dupla Jimmy Jam and Terry Lewis que ajudou a cantora em vários trabalhos e juntos alcançaram dez números um na Billboard. Por isso, No Sleeep já mostra uma retomada do R&B sexy e slow dance que marcou a sonoridade da cantora ao longo dos anos. Muito gostosa de ouvir, o single acerta nos vocais delicados/sensuais e na batida contida, simples e sensual. Uma pena, porém, que a canção não tenha uma composição mais pungente para elevar a boa produção, mas é um bom retorno dela diante do público.

Unbreakable, faixa que dá nome ao álbum, funciona melhor como música, mas não funciona como single. A canção é uma bela carta de amor de Janet para os seus fãs agradecendo pelo suporte e pelo carinho ao longo dos anos. Composição é um pouco piegas, mas a intenção é o que faz valer a pena a composição. Com uma produção deliciosamente R&B anos noventa, o destaque da canção fica por conta dos lindos vocais de Janet mostrando toda a beleza do seu timbre utilizando o melhor da delicadeza da sua voz para uma performance cativante assim como fez o irmão Michael em várias canções que precisavam de uma carga de emoção mais forte. Claro, as duas músicas estão bem longe do que a cantora já entregou, mas ainda é uma alegria ouvir Janet ainda ter a capacidade de mostrar o seu talento. Agora é torcer para vir um álbum realmente a altura da cantora.

nota
No Sleeep: 6,5
Unbreakable: 7

25 de setembro de 2015

Sucesso Surpresa Quase Obrigatório do Ano

Lean On (feat. MØ & DJ Snake)
Major Lazer

Nos últimos três ou quatro anos comecei a reparar que surgiu uma nova tradição na música pop: o sucesso surpresa quase obrigatória do ano. Quase, pois nem sempre a canção segue o mesmo padrão indo do batidão do eletrônico até o R&B/soul tradicional. Esse ano, por enquanto, o sucesso surpresa do ano é a canção Lean On da banda Major Lazer.

Primeiro lugar em cerca de dez países e alcançando o quarto lugar na Billboard, Lean On é um divertido dancehall/eletrônico que ajuda a trazer um ar diferente para o mainstream pop. O primeiro ótimo aspecto é o fato do Major Lazer não depender de grandes estrelas para dar a voz para a canção: a quase desconhecida dinamarquesa MØ assume com muita dignidade mostrando sensualidade e um carisma poderoso. Pena que a composição é tão "café com leite" e não ajuda em nada a canção e nem mesmo o refrão é arrebatador como deveria ser. De qualquer forma, o saldo é positivo ainda mais para um sucesso tão surprendente como Lean On.
nota: 7

23 de setembro de 2015

Beyoncé Versão UK

Runnin' (Lose It All) [feat. Beyoncé & Arrow Benjamin]
Naughty Boy

Ao contrário de algumas mega estrelas que quase nunca participam de música outros artistas, a Beyoncé dá as cara com alguma regularidade como participação especial. A mais famosa foi em Telephone da Lady Gaga, mas Beyoncé também fez parceria com nomes como Alicia Keys, Nicki Minaj, Usher, Justin Timberlake e, claro, o maridão Jay-Z. A recente parceria é, talvez, a mais surpreendente: Beyoncé empresta a voz para o novo single do produtor britânico Naughty Boy na canção Runnin' (Lose It All).

Conhecido pelo trabalho ao lado de Emeli Sandé, Sam Smith, Ed Sheeran, Professor Green e muitos outros, Naughty Boy está se preparando para lançar o seu segundo álbum. A primeira música divulgada é Runnin' (Lose It All). A surpresa veio do fato da canção ter a participação da Beyoncé, pois, até o momento, não havia nenhuma ligação entre os dois. Agora, existem essa conexão e não poderia ser melhor, pois Runnin' (Lose It All) é uma música feita para a cantora brilhar vocalmente. Logo nos primeiros momentos da canção, Bey nos presenteia com seus sedosos e melódicos vocais capazes de derreter o gelo do Pólo Norte. E a cantora continua o ótimo trabalho ao longo da canção que divide com o bom trabalho do desconhecido Arrow Benjamin. O único problema é o fato que os dois cantores não cantarem ao mesmo tempo, mas não é um defeito que atrapalhe o resultado final. Naughty Boy faz o seu bom trabalho ao produzir uma power mid-tempo balada misturando soul, eletrônico e pop britânico em uma canção redondinha, mas que consegue transmitir emoção genuína. Quem sabe esse é um começo para vermos a Beyoncé colaborando com nomes ainda mais surpreendentes e talentosos? Seria uma ótima ideia.
nota: 8

20 de setembro de 2015

Perdendo as Contas

Back It Up (feat. Jennifer Lopez & Pitbull)
Prince Royce

Eu iria começar essa resenha relembrando todas as parcerias da Jennifer Lopez com o Pitbull, mas, sinceramente, perdi a conta e deixei para lá. Todo o que vocês precisam saber é que os dois uniram-se novamente para participarem da canção do cantor latino Prince Royce, Back It Up.

A canção que faz parte do segundo álbum do jovem cantor latino nascido nos Estados Unidos é, sem dúvida nenhuma, a pior música que J.Lo e Pitbull já participaram juntos mesmo envolvendo os dois com uma produção que resgata as suas raízes latinas. Acontece que a produção é careta demais em um pop latino ultrapassado e cheio de clichês como, por exemplo, misturar inglês com espanhol na composição fraquíssima. Outro fator negativo é que nenhum dos envolvidos entrega uma performance de brilho. Pior para Prince Royce que em sua própria música parece ofuscado apenas pela presença dos nomes de seus convidados. Resumindo: uma total perda de tempo.
nota: 4

18 de setembro de 2015

Quem é Selena?

Same Old Love
Selena Gomez

Selena Gomez enfrenta um grande desafio na sua carreira: prestes a lançar o seu segundo álbum solo (Revival), a cantora observa os seus singles irem muito bem nas paradas e, principalmente, a qualidade melhorar significativamente. Porém, a grande pergunta que não se cala: quem é a Selena Gomez? Digo referente a sua sonoridade, pois o seu novo single Same Old Love não ajuda a definir ela mesmo sendo um bom trabalho.

O single é uma produção em colaboração de Benny Blanco com Stargate feita para ao mesmo tempo ser um passo na carreira da cantora e ao mesmo tempo ser um sucesso comercial. A produção acerta perfeitamente na elaboração da batida contida influenciada por uma mistura inteligente de eletropop com trap, mas que não combina exatamente com a figura e os vocais de Selena. Falta para a cantora alguma acidez na voz para dar vida a correta composição sobre o fim de uma relacionamento. É muito fácil observar isso nos refrões já que ela perde personalidade devido ao backvocal da Charli XCX que também assina a composição. É nítido ver a evolução dela, mas ainda não parece algo que seja natural para a Selena Gomez essa persona criada para ela.
nota: 6,5

17 de setembro de 2015

O Primeiro Verdadeiro Flop

Liquor
Chris Brown

Depois da lamentável história em que o Chris Brown agrediu a então namorada Rihanna, o cantor foi Exclusive de 2007. O que parece isso pode está começando a mudar, pois o seu último single Liquor alcançou apenas o 112° na Bilboard. O pior é que canção não é tão ruim.
de príncipe do R&B para uma das figuras mais odiadas do mundo musical. Apesar disso, o cantor nunca sofreu nenhum estrondoso flop comercial mesmo com as vendas de seus álbuns e singles nunca terem alcançado o mesmo patamar dos números do álbum

Liquor tem uma ótima ideia por trás: um R&B/eletrônico com uma batida simples e sexy. Contudo, a produção não se sustenta depois do seu primeiro refrão o que deixa a canção repetitiva e completamente sem graça. Liquor poderia ser uma canção impressionante caso a produção fosse mais ousada e continuasse na sua proposta original mantendo um arranjo o mais minimalista possível. O pior problema de Liquor é, porém, a sua rasa e pobre composição que repete os mesmo clichês sobre "sexo" de outras canções do Chris. Quem sabe ainda há tempo para a canção conseguir algum sucesso? Se o próprio Chris não foi banido para o limbo eterno, tudo é possível.
nota: 6

16 de setembro de 2015

Analisando os Fatos

Levels
Nick Jonas

Uma pergunta: quem é o atual príncipe do pop? Vamos analisar aos fatos friamente: Justin Timberlake já fixou-se em um patamar próprio em que nem é preciso lançar um álbum para garantir o seus statos, o Usher não conseguiu acompanhar o mesmo sucesso do que o começo da sua carreira apesar de ainda manter-se relevando para o R&B/hip hop, o Justin Bieber até agora não falou para o que veio e os seus "clones" nem chegaram a serem algo relevante de verdade. Então, quem fica com o posto? Correndo fortemente para ocupar esse lugar está o Nick Jonas. Trabalhando para a construção de uma imagem forte perante o público e a mídia, o cantor não está esquecendo de fazer o principal: boa música pop.

Levels, primeiro single do novo álbum de Nick após o surpreendente segundo álbum, mostra que o irmão mais novo do clã Jonas está realmente disposto a pegar o título de príncipe pop para si em uma canção dançante, viciante e, principalmente, rápida e rasteira. O que faz da canção não ser apenas mais uma na multidão é o fato que a produção dá camadas para o arranjo não limitando-se ao repetitivo "batidão". Influências do R&B misturado com funk e até mesmo pop rock são percebidas no arranjo. O curioso da canção é que o seu refrão lembra o de You Oughta Know da Alanis Morissette. Entregando uma performance boa dentro das suas limitações como cantor e ainda a falta de experiência, Nick Jona vai firmando-se no mundo pop ao liderar a corrida para um posto sem dono e que está vazio há algum tempo.
nota: 7

13 de setembro de 2015

Os Produtores Querem Se Divertir

Locked Away (feat. Adam Levine)
R. City

Eles estão por trás de várias canções de sucessos de artistas como Rihanna (Man Down, Pour It Up), Ciara (I'm Out), Pussycat Dolls (When I Grow Up), Miley Cyrus (We Can't Stop), Beyoncé (Bow Down / I Been On, primeira versão de Flawless), entre vários outros, o duo R. City (ou Rock City) está junto desde 2003. Apesar de até agora conhecidos apenas nos bastidores, o duo já lançou vários EPs, mixtapes e até mesmo alguns singles. Um deles intitulado Locked Away está começando a fazer sucesso nos Estados Unidos alcançando, até agora, a posição de número trinta e cinco na Billboard.

Locked Away poderia ser um ótimo "prazer culposo" e, talvez, o melhor de 2015 caso não fosse alguns erros que a fazem resultar em uma canção tediosa. A canção é uma mistura curiosa de pop rock com reaggae/dancehall que não ter a força necessária para torna-se aquela música marcante. O resultado da batida criada para a canção é o maior problema da produção, pois parece ficar na mesma cadencia em toda a música o que dá impressão da canção ser maior em duração do que é na verdade. Os dois integrantes de R. City entregam performances razoáveis e presença de Adam Levine cantando o refrão, mesmo que apática, ajuda a dar um "up" na canção. O ponto positivo de Locked Away é a sua romântica e fofa composição que foge de clichês recorrentes. R. City querem ter um pedacinho do sucesso que eles deram para outros artistas. Não faz mal, né?
nota: 6

12 de setembro de 2015

O Flop Não Merecido

Invincible
Kelly Clarkson

Eu não sou uma pessoal que acredita em certas mistificações sobre a vida, mas, em alguns momentos, eu realmente começo a pensar se não existe algumas ligações místicas ligando algumas coisas. Só foi em realmente começar a gostar do trabalho da Kelly Clarkson que a cantora dá uma bela "flopada". Esse é o caso do single Invincible retirado do álbum Piece By Piece.

A canção é uma mid-tempo pop que não tem medo de ser o que é: uma canção de auto ajuda. Porém, aquela sensação de piegas é substituída por sensação de "feel good" legitima criado pelo excelente arranjo com um trabalho sólido de instrumentalização elevando a canção. Na verdade, o que realmente faz a canção ser boa é a presença poderosa de Kelly Clarkson: anos de experiência e com o material certo trazem à luz do dia a ótima cantora que a primeira vencedora do American Idol sempre foi. Não posso negar que a composição beira o cafona, mas o resultado não atrapalha o bom resultado de Invincible que não merecia o flop. Espero que a culpa não seja minha!
nota: 7,5

11 de setembro de 2015

Algo Novo, Algo Velho, Algo Indie

Ship To Wreck
Florence + The Machine

O álbum How Big, How Blue, How Beautiful do Florence + The Machine não é um trabalho para ser responsável por lançar um hit notável e marcante como foi o caso de Dog Days Are Over e Shake It Out, pois o trabalho tem como proposta ser uma unidade coesa com começo, meio e fim. Mesmo assim, todos os singles provindos do álbum terão algum um impacto na discografia da banda.

A principal marca de Ship To Wreck é o fato da canção ser a mais diferente em How Big, How Blue, How Beautifu: contrariando as "ordens" do produtor Markus Davis, a vocalista Florence escreveu uma música que utilização a água como metáfora assim como em algumas canções no álbum anterior, Ceremonials. Em Ship To Wreck, a composição narra de maneira interessante aquele momento em que estamos a um passo de um colapso nervoso e tudo em volta parece que está para ruir. As construções de imagens são, como sempre, muito bem elaboradas, mas não tão impressionantes como em outras canções como a mesma base. A sua inclusão no álbum logo no começo ajuda a "terminar" esse ciclo da banda sobre esse assunto abrindo espaço para outros temas. O único problema da canção é que a produção destoa-se do resto das faixas, pois sua batida tem uma cadencia "animadinha" e puxando para o indie rock e os vocais de Florence estão menos grandiosos. Nada que prejudique o resultado final já que Ship To Wreck é uma canção extraordinária dentro das suas peculiaridades.
nota: 9

8 de setembro de 2015

Em Time Que Sempre Vence

Smoke Break
Carrie Underwood

Com uma carreira completamente consolidada, a Carrie Underwood não precisa de nenhuma mudança na sua música para agradar os seus fãs. Isso se estende para os seus colaborares habituais dela como, por exemplo, os compositores Chris DeStefano e Hillary Lindsey. A parceria deles com Carrie, principalmente Hillary, teve como resultado os maiores sucessos da cantora como Just a Dream, Last Name, So Small, Jesus, Take the Wheel, entre outras. O novo resultado da parceria é a canção Smoke Break.

Marcando o primeiro single do quinto álbum da Carrie intitulado Storyteller, Smoke Break contem a marca registrada da maioria das canções dela: uma composição muito acima da média. Apesar de cercada de alguma polêmica sobre o fato de que a letra seria uma apologia ao consumo do cigarro, Smoke Break é sobre os pequenos desafios diários que enfrentamos e que vão acumulando até chegar ao limite. Então, a gente precisa de um tempo sozinhos para esvaziar a mente. Bem construída e com um refrão marcante, Smoke Break é o tipo de canção que gruda na cabeça mais pela sua mensagem do que por outros motivos. Carrie entrega mais uma performance ótima carregando esse country rock perfeitamente. O problema da canção é o fato de que a produção de Jay Joyce (primeira vez trabalhando com a cantora) não consegue sair muito do arroz com feijão entregando um arranjo quadrado demais e um pouco repetitivo. Ainda assim, Carrie Underwood ainda mostra que é melhor não mexer em time vencedor.
nota: 7,5

7 de setembro de 2015

O Crédito Necessário

How Deep Is Your Love
Calvin Harris & Disciples

Apesar de uma extensa de colaboração em composições de nomes como Britney Spears, One Direction, Leona Lewis e até mesmo a Wanessa (ex-Camargo) na já lendária Shine It On, a cantora e compositora Ina Wroldsen simplesmente não recebeu, oficialmente, créditos por ser a vocalista do novo single do Calvin Harris, a mediana How Deep Is Your Love. 

Essa prática é até comum hoje nos lançamentos de DJ estrelas, mas desqualifica muito o trabalho daqueles que emprestam a sua voz para essas música. A situação é mais grave em How Deep Is Your Love, pois é a presença da cantora que salva o single de um tremendo desastre. Sua voz singela e sua interpretação contida fazem a diferença em mais uma canção eletrônica massificada feita para ser o próximo hit nas paradas. Ina injeta alguma emoção na composição boazinha de How Deep Is Your Love, mas que é quase engolido pelos clichês de produção de Calvin e do banda desconhecida Disciples que não fala para o que veio na canção. Não basta fazer uma canção ruim, precisa não reconhecer o único acerto.
nota: 5,5

6 de setembro de 2015

Uptown Thrift Shop Funk

Downtown (feat. Eric Nally, Melle Mel, Kool Moe Dee & Grandmaster Caz)
Macklemore & Ryan Lewis

Já consagrados com um dos artistas do hip hop mais surpreendentes a fazer sucesso nos últimos anos, a dupla Macklemore & Ryan Lewis estão se preparando para lançar o álbum que sucede o hit que foi The Heist que gerou os megas hits Can't Hold Us, Thrift ShopSame Love ajudando os dois a ganharem quatro Grammys no ano passado. Obviamente, o trabalho já está envolto em uma enorme carga de expectativa muito alta tanto pelo quesito sucesso quanto pela qualidade. Por enquanto essa última está sendo respondida pelo lançamento do single Downtown, mas com algumas ressalvas.

Downtown mostra que a dupla continua com a mesma vibe que em seus trabalhos anteriores: hip hop muito bem feito e, principalmente, despretensioso. Se Thrift Shop era sobre "brechós" e o que se poderia encontrar neles, Downtown é sobre a felicidade de ser um dono de uma "lambreta". Sim, a canção é sobre dar uma passeada na sua "lambreta" envenenada e sobre o quanto isso é "foda". Claro, repleta de ironia e com um tom de deboche genial, o single continua a mostrar o talento da dupla como compositores (em especial o Macklemore) sabendo dosar o lado "trollador" com a seriedade para construir uma canção esteticamente perfeita. Essa característica, porém, pode cansar no futuro caso a dupla fica batendo na mesma tecla. Felizmente, ainda não é o caso em Downtown que também conta como ponto alto com uma performance sensacional de Macklemore delimitando perfeitamente o seu estilo sem precisar de receber qualquer tipo de comparação. Além disso, as participações especiais de três lendas do hip hop ajudam a elevar a canção, mas quem rouba a cena é Eric Nally, vocalista da banda de rock Foxy Shazam, em uma performance, no mínimo, estranhamente cativante. Misturando hip hop com soul, a produção cria uma batida divertida para a canção numa mistura de Thrift Shop com Uptown Funk que poderia ser mais original. O que acontece é que a canção funciona plenamente com o clipe, pois ele é uma clara "paródia" da música de Mark Ronson no melhor estilo "tosco/zoeira". Agora vamos esperar para ver se o sucesso repete para o Macklemore & Ryan Lewis.
nota: 8

3 de setembro de 2015

A Pior Música Do Ano

Watch Me (Whip / Nae Nae)
Silentó

Existem músicas ruins. Existem músicas péssimas. Existem músicas horríveis. Existem músicas execráveis. E existem Watch Me (Whip / Nae Nae), isto é, o fundo do fundo do poço.

Primeiro single do "rapper"(????) Silentó, a canção alcançou o terceiro lugar da Billboard pelo mesmo motivo que o Universo existe: desconhecido. A qualidade de produção é tão baixa que esse rap/pop feito para fazer dancinha serve apenas para ser a maior perde de tempo dos últimos tempos. Todavia, nada supera a bomba atônica que é a sua composição: uma reunião de palavras desconexas que resultam na mais pobre e constrangedora composição que o blog já teve o desprazer da presença. A canção mostra que o pode ser ruim pode piorar sem ter nenhum limite.
nota: 1

1 de setembro de 2015

O Caminho Inverso

Love Myself
Hailee Steinfeld

É relativamente comum ver um músico fazer a transição entre o seu mundo para o mundo da artes dramática, isto é, a atuação. Claro, os dois mundos são muito ligados, mas isso não garante que um cantor ou cantora é bom em atuar. O curioso é notar que o contrário também acontece com menor ocorrência: poucos atores fazem a transição para o meio fonográfico e quando fazem, geralmente, não conseguem obter grandes resultados. A mais nova a realizar essa rara transição é a atriz Hailee Steinfeld.

Indicada ao Oscar com apenas 13 anos pelo filme Bravura Indômita, Hailee Steinfeld mostrou o seu talento de cantora desde cedo, mas a carreira de atriz ganhou prioridade para a jovem. Esse ano, porém, a atriz co-estrelou o filme A Escolha Perfeita 2 ajudando a atriz a mostrar para o grande público o seu talento. Com a plataforma dada do filme, Hailee está preparando o lançamento do seu primeiro álbum e como single foi lançada a canção Love Myself. 

A canção não segue o estilo indie como poderia se esperar de uma atriz que decide virar cantora, mas, na verdade, Love Myself é um simpático pop chiclete bem redondinho feito para ser comercializado sem maiores pretensões estéticas. Infelizmente, esse também é o maior problema de Love Myself, pois em certo momento da canção a produção não mostra nada mais do que já tinha mostrado no começo. Love Myself torna-se arrastada na sua metade final. O bom da canção é o fato de que Hailee Steinfeld é uma cantora melhor do que a encomenda sendo dona de um timbre bonitinho e uma personalidade carismática. Outro ponto importante é o inusitado tema da composição de Love Myself: masturbação. Nada de explicito, porém, já que o tratamento dado é leve e bem bonitinho. No final das contas, Hailee Steinfeld têm boas possibilidades de quebrar essa barreira e torna-se uma estrela pop e atriz ao mesmo tempo.
nota: 6,5