5 de outubro de 2017

Primeira Impressão

Younger Now
Miley Cyrus


Miley Cyrus ainda não completou vinte e cinco anos, mas está bem longe de ser considerada uma iniciante. Todavia, ao chegar ao seu sexto álbum da carreira, a cantora incorpora, mais um vez, a vibe de reinicio de carreira ao mudar completamente o seu estilo e gênero. Depois de começar como estrela teen pop/country, passar pela fase amadurecimento ao enveredar pelo pop chiclete e, depois, chegar em uma fase "porra louca" hip hop/pop/R&B/indie rock, Miley Cyrus volta no tempo para buscar a sua raiz country para se reinventar a sua nova persona que parece condizer com a sua atual fase de vida. Assim sendo, Miley entrega o seu melhor álbum em Younger Now, porém, assim como todos os seus trabalhos, o álbum está bem longe de mostrar o verdadeiro talento da cantora. 

Começo falando do lado positivo do álbum: Younger Now é, de longe, o trabalho mais coeso e direcionado da cantora. Tudo parece encaixar perfeitamente com a proposta que Miley resolveu abraçar aqui e, principalmente, existe uma qualidade quase igualitária em todas as canções. Não existes grandes momentos sonoros, mas também não existe grandes erros nas onze faixas que compõe o trabalho. O erro aqui, então, é que Miley não tem ideia do que fazer com a sua "nova" sonoridade ao não mais profundo na sua elaboração. Produzindo o álbum todo ao lado do produtor Oren Yoel, a cantora decidiu ser uma artista de country pop/indie com uma pegada bem autoral e orgânica, deixando de lado toda aquela imagem construída com o lançamento do péssimo Bangerz e o horrível Miley Cyrus & Her Dead Petz. A imagem e sonoridade são interessante e poderia ter rendido algo parecido como o que fez a Kesha, mas Miley erra o alvo ao não se arriscar sonoramente e, principalmente, não sair da segurança do que parece ter dado certo. Resumidamente: Younger Now fixa todas as suas faixas ao redor da sonoridade de algumas faixas que deram relativamente certo, especialmente os singles Malibu e a homônima Younger Now. O pior erro é que a cantora esqueceu de se divertir, pois, basicamente, o álbum é uma coleção de canções românticas ou/e mid-tempos que não chegam a empolgar ou embalar de verdade, tirando a esquisita e divertidinha Rainbowland com a lenda Dolly Parton que, apesar de mal utilizada, rouba a cena na canção. Também é duvidoso o crescimento de Miley como cantora ao longo dos anos: mais madura, Miley ainda precisa descobrir como usar o seu peculiar timbre da melhor forma já que tem pessoa que amam e outras odeiam. Além disso, tentando soar "cool" Miley entrega em algumas faixas performances arrastadas e monótonas que não ajuda o resultado final do álbum. O que melhorou definitivamente para Miley são as suas composições bem melhores que nos trabalhos anteriores, refletindo de forma sólida e certeira o seu atual momentos. Não é nada genial, mas é sincero, bem escrito e com um refinamento que deve ser melhor com o tempo. Além das canções já citadas, Younger Now tem também bons momentos com Week Without YouInspired e, a melhor de todas, Miss You so Much. Miley Cyrus recomeça a sua carreira de uma forma ok, mas caso ela continue nesse caminho existe uma ótima ideia aqui que poderá ser bem melhor aproveitada no futuro. Aguardemos.

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