15 de outubro de 2017

Primeira Impressão

Wonderful Wonderful
The Killers


Poucos artistas possuem um autoconhecimento tão grande em relação a sua sonoridade e como a mesma afeta o público como o The Killers. A banda liderada por Brandon Flowers nunca foi o queridinho de uma boa parte do público e muito menos dos críticos, mas, para a sorte deles, muita gente curte de verdade o som dos caras. Para o bem ou para o mal, o The Killers chega ao quinto álbum da carreira com o mesmo senso estético de sempre, mesmo que dessa vez o resultado seja bem menos grandioso.

Wonderful Wonderful é filho do The Killers e nem precisa de teste de DNA, pois o trabalho é a cara do pai, isto é, de Brandon Flowers. Basicamente, a banda meio que repete a sonoridade que o vocalista entregou nos seus trabalhos solos, mas com o diferencial de aqui o resultado final soa mais orgânico, rasteiro e bem menos épico. Isso não é um defeito, mas é uma pedra do caminho da banda já que o estilo deles parece melhor combinar quando o volume criativo está no máximo. De qualquer forma, Wonderful Wonderful é uma mistura fina de indie rock/pop, rock alternativo, dance rock e new wave que foi cozido em uma panela enfeitada de luzes neon. Talvez a sensação que o The Killers tenha se aventurado ao buscar novos elementos para introduzir no seu som tenha feito a banda perder algo essencial para o resultado final, mas o fato é que apesar das mudanças a banda continua com a personalidade quase intacta que não deve fazer os "odiadores" mudarem de ideia. Com quase todas as suas idiossincrasias intactas, Brandon Flowers continua a ser o perfeito vocal para a banda: dramático, exagerado, beirando o brega e muito carismático. Poucos nomes masculinos possuem essas mesas características hoje em dia e isso ajuda a banda a definir ainda mais o seu lugar sob o sol. Wonderful Wonderful tem três grandes momentos em suas onze faixas: o single dançante The Man, a pop dance/synthpop Run For Cover e a ousada The Calling com toques de gospel. A banda erra com a faixa homônima e estranha Wonderful Wonderful e a balada chata Some Kind Of Love. Ame ou odeie, mas nunca afirme que o The Killers entregue trabalho que não faça sentirmos alguma coisa no final.