19 de junho de 2018

Primeira Impressão

Liberation
Christina Aguilera


Queridos leitores do blog, finalmente venho aqui dizer que a Christina Aguilera está viva! Depois de mais de dez anos, Aguilera volta a encontrar o caminho que deixou de lado em 2006 com o lançamento do icônico Back to Basics ao entregar o certeiro e inspirado Liberation.

A primeira coisa que se nota em Liberation é que a cantora volta a ter uma espinha central para a elaboração do álbum, algo que passou longe de Bionic de 2010 e Lotus de 2012. Dessa vez, a produção é certeira em construir uma sólida sonoridade pop que flerta sem exageros com ritmos que vão do hip hop e trap até o R&B e o reggae. Nada muito aprofundado, mas na medida certa para dar personalidade e carisma para o álbum. Experimentando novos ritmos e batidas, mas equilibrando para não soar clichê e forçado (obviamente, um Stripped acontece apenas uma vez na vida), a produção que conta com nomes como Anderson .Paak, Kanye West, MNEK consegue criar uma fluidez interessante e uma coesão bem estruturada que ajuda Liberation a deixar para trás velhos erros de Aguilera. Um deles é o numero de faixas, pois aqui tem apenas 16 canções e 4 delas são "intros", invés de 20 ou mais como nos trabalhos anteriores. É necessário dizer que o trabalho não é perfeito. Na verdade, o resultado final está bem longe disso, pois ainda parece faltar para a cantora um material que esteja exatamente a altura de todo o seu talento vocal e personalidade. Entretanto, Liberation é uma clara evolução da cantora em relação aos últimos trabalhos e isso já é algo muito bem vindo. O segundo ponto importante do álbum é o fato que, finalmente, Aguilera mostra de fato o peso da sua maturidade nas suas composições.


Se em Stripped ouvimos uma jovem buscando o seu lugar no mundo e em Back to Basics ouvimos a mesma jovem fazendo um tributo refinado para quem a inspirou, Liberation podemos ouvir uma mulher madura, confiante, empoderada, dona de si e, principalmente, livre para amar, desejar, errar, perdoar, sofrer, festejar, contestar e se libertar de qualquer amarras que a sociedade impõe na sua vida ou carreira. Claro, a cantora contar com uma grande quantidade de colaboradores, mas isso não impede do álbum ser um trabalho que reflete bem quem é Aguilera atualmente de forma íntima e pessoal. É fácil perceber isso ao ouvir faixas como o ótimo single Fall In Line com a Demi Lovato que é um poderoso hino feminista com uma letra inspiradora. Outro momento inspirado é a bonita e sentimental balada pop Twice, mesmo que não tenha sido escrita pela cantora. É nessa faixa que também podemos ver o outro grande trunfo do álbum: a magnânima presença vocal de Aguilera. Seja mostrando todo o poder que a ajudou a ser a voz de uma geração ou esbanjando versatilidade em ritmos mais cadenciados e sensuais como na sensacional e merecedora de virar single Right Moves, Aguilera prova que não perdeu o brilhou que a separou das contemporâneas no começo de carreira. Além das faixas já citadas, outros grandes momentos de Liberation são hip hop/pop sexy Like I Do, a interessante urban pop MariaSick Of Sittin' e sua batida marcante e a balada emocionante Unless It's With You. O momento para esquecer é a esquizofrênica Accelerate. Espero que Liberation não seja apenas um "acidente" e que possa ser o recomeço definitivo da carreira da Christina Aguilera. Amém.


3 comentários:

ninguendo disse...

Estou curtindo muito esse álbum. Destaque pra Masochist, Maria e Sick of Sittin'

lucas lopes disse...

Seis anos que valeram a pena, viu? Que disco ótimo! Soa como uma irmã mais velha do Stripped. Minha favorita é Like I Do, sua melhor música desde a era B2B. Acho Accelerate um achado e muito boa sim, ela dá todo o contexto do álbum. Já não gosto tanto de Fall In Line. Prefiro Unless With You. Nota 8.

Anônimo disse...

Ótimo álbum ! Ela sempre traz boas canções, dificilmente decepciona..(eu AMO "Bionic"). Uma pena não emplacar +, o público já não tem o mesmo interesse. É vdd q a gravadora não ajudou na divulgação? Li isso em alguns sites...