Cowards
Squid
30 de março de 2025
Antes Tarde do Que Nunca - Versão Single
Feather
Sabrina Carpenter
Sabrina Carpenter
Ao contrário de outras contemporâneas, o sucesso da Sabrina Carpenter não é de “iniciante”, mas, sim, de uma “veterana” que finalmente encontrou o caminho certo. Todavia, a explosão da sua nova era teve uma previa um pouco antes com o destaque da canção Feather.
Lançada como single da versão deluxe de Emails I Can't Send (trabalho anterior a Short n' Sweet), a canção até então tinha sido o maior sucesso comercial da carreira da cantora ao alcançar o 21° na Billboard. Isso meio que pavimentou para as canções posteriores, mas também mostrou o caminho sonoro da cantora já que Feather tem as mesmas qualidades e defeitos dessas canções. Uma simpática, gostosinha e sem muito impacto criativo dance-pop/nu-disco que não é totalmente descartável devido ao seu fator charmoso, mas falta uma estrutura mais forte para a transformar em algo mais potente. Comercial, mas com toques “picantes” para ajudar a estabelecer a persona da Sabrina como a “doce/sexy girl next door”. E assim como outros trabalhos, a canção mostra claramente todo o carisma magnético da cantora em uma performance instigante e divertida. Agora quem sabe no futuro vai surgir uma nova Feather para mostrar o começo da evolução sonora da Sabrina Carpenter.
nota: 7
Uma Segunda Chance Para: Just Dance
Just Dance
Lady Gaga
Lady Gaga
Com o retorno triunfal da GaGa em Mayhem decidi voltar no tempo cerca de dezessete anos atrás para reanalisar onde tudo começou: Just Dance.
Originalmente destinada para ser gravada pelo the Pussycat Dolls, a canção foi o primeiro grande trabalho da GaGa em um grande estúdio. Escrita em menos de dez minutos ao lado do produtor RedOne, Just Dance liricamente deixa isso bem claro, pois é uma rasa e até clichê crônica sobre se divertir e estar de ressaca, mas sem arrependimentos. Entretanto, a letra já mostra a capacidade da cantora de criar uma estética pop perfeita, sabendo adicionar personalidade de sobra e completamente única. Entretanto, o que faz da canção um estouro é a presença magnética e explosiva da artista. Mesmo no começo e ainda amadurecimento, GaGa domina Just Dance como uma diva pop desde o seu começo até o final com um carga de força tão impressionante que a já distinguia entre as demais, mesmo que naquele momento a cantora ainda parecia apenas uma “one hit wonder”.
Na versão original mandada para as rádios, a participação especial era do Akon, mas que a gravadora proibiou de lançar dessa maneira. Então, o cantor deu o ser verso para seu protegido na época Colby O'Donis. E essa decisão é o que deixa Just Dance até o hoje menos impactante que poderia ser, pois o cantor que não teve sua carreira elevada a nenhum outro patamar mesmo com o sucesso gigantesco da canção, não adiciona em nada na canção, fazendo a gente esquecer totalmente da sua presença. A gente acha que a canção é tão exclusivamente da GaGa que quando a escuta totalmente leva até um susto da presença de outra pessoa. Akon ainda é ouvido em algus momentos devido a suas partes de interpolação foram deixadas, mas essa é a canção da GaGa sem duvida nenhuma. Sonoramente, a canção é uma divertida e dançante electropop/synth-pop que faz o arroz com feijão perfeitamente, adicionando a pimenta necessária para se tornar um trabalho marcante e atemporal. E apesar da qualidade da canção e o seu sucesso, Just Dance foi apenas a ponta da ponta do iceberg para a carreira da GaGa.
nota: 8
A Confiável
Sunshine & Rain…
Kali Uchis
Kali Uchis
Dona de umas discografias mais sólidas do pop contemporâneo, a Kali Uchis está de volta novamente com outro trabalho louvável na deliciosa Sunshine & Rain…
Mantendo a mesma atmosfera R&B que a mesma construiu, a canção adiciona de maneira deliciosa e inspirada toques de neo soul, psychedelic soul e trip hop para criar uma batida sofisticada, sedosa, cativante e adocica. Essa mudança é uma boa amostra que Kali não parece presa a suas próprias amarras, mas também está bem longe de fugir do que a mesma faz com maestria. E maestria é também a qualidade que podemos empregar para a presença vocal linda da Kali ao entoar Sunshine & Rain…, pois a sua voz é como um balsamo para os ouvidos machucados e querosos desse acalanto. E assim começa uma nova era que nem precisaríamos dessa prova para saber que a Kali Uchis iria voltar a entregar qualidade primorosa.
nota: 8
New Faces Apresenta: Ela Taubert
¿ES EN SERIO?
Ela Taubert
Existe um mercado imenso em toda a américa latina que, infelizmente, nem sempre chega para a gente apesar dos últimos tempos ter tido uma explosão de artista latinos de destaque, especialmente envolvidos no reggaeton. E uma dessas artista que escapou do meu radar foi a colombiana Ela Taubert.
Vencedora do Grammy Latino de Revelação em 2024, a cantora carrega na sonoridade o DNA do pop rock que lembra o começo da carreira da sua conterrânea Shakira. Em ¿ES EN SERIO?, a artista entrega uma fofa, cativante e madura pop rock que navega bem entre o adulto e o teen, conseguindo manter um boa personalidade e ainda ser comercial. Ainda falta certo toque de ousadia para que Ela possa ter uma marca própria e única. Felizmente, a sua voz é tão gostosa de ouvir e tem um timbre tão interessante que realmente acredito que a artista seja o futuro o pop latino.
nota: 7,5
Um Segundo Hit?
PUSH 2 START (Remix)
Tyla & Sean Paul
Tyla & Sean Paul
Ainda mais conhecida coma a cantora de “Water”, a Tyla tem em mãos canções com capacidade de dar a ela um segundo mega hit. Esse é o caso de PUSH 2 START.
Single da versão deluxe do seu álbum debut, a canção mantem certas qualidades do seu grande hit, mas parece dar certa nova personalidade a canção com um acabamento mais substancia. Uma deliciosa e viciante fusão de reggae, R&B e afrobeats, a canção é o tipo de trabalho que flui naturalmente devido a uma produção azeitada e madura, criando um flow perfeito que gruda na gente e faz a gente querer dançar sem nem pensar muito. E isso é uma qualidade imensa aliada com o seu ótimo refrão faz PUSH 2 START se tornar esse trabalho perfeito para ser um sucesso comercial. Tyla defende a canção com carisma de sobre, mostrando domínio perfeito para esse tipo de canção. E tenho que dizer que o remix com a participação do Sean Paul pode até soar datada, mas faz total sentido devido ao histórico do rapper que tem no currículo clássico modernos como Baby Boy e I’m Still in Love with You. E assim Tyla ao menos mostra que tem potencial de sair do status de “one hit wonder”.
notas
original: 7,5
remix: 7,5
Uma Piada Musical
SMOKE THE PAIN AWAY
Calvin Harris
Calvin Harris
Tem algumas vezes que acho que alguns artistas estão fazendo uma piada em forma de música, pois não tem cabimento que seja sério alguns lançamentos. Esse é caso perfeito de SMOKE THE PAIN AWAY do Calvin Harris.
Pegando carona na onda country, o DJ decidiu lançar uma pastiche vergonhosa do que seria a sua versão de country pop ao adicionar batidas eletrônicas para criar um dos instrumentais mais pobres e podres da sua carreira. Sério, Clavin nunca foi exatamente um gênio musical, mas tem seus bons momentos ao longo dos anos, mas em SMOKE THE PAIN AWAY parece que o mesmo perdeu qualquer talento para a música em uma canção horripilante que fere os ouvidos de qualquer um com um gosto musical mesmo que mediano. E o pior é que ao entoar a canção, Calvin poderia até entregar uma canção mediana, pois o seu timbre combina com o gênero até bem. Todavia, ele escolheu claramente o caminho da piada sem graça, pois não acredito que alguém ouça essa canção é ache que é algo bom de verdade.
nota: 3
23 de março de 2025
Alguns Detalhes Bons
Relationships
HAIM
Depois de um hiato de cinco anos desde Women in Music Pt. III, o trio Haim está de volta com a simpática Relationships.
A canção poderia ser melhor, mas consegue um bom resultado devido alguns detalhes que fazer a pena. Primeiro, a vibe da canção é realmente deliciosa ao transmitir aquela sensação gostosa de canção chiclete que gruda da cabeça e não sai mais. E isso vem da boa e interessante produção que entre uma azeitada de alt pop que tem alma de pop comercial. Poderia ter uma pegada mais forte, mas mesmo assim a batida é realmente inspirada. Em segundo, o trabalho vocal em Relationships é realmente ótimo devido a performance dinâmica e cativante da vocalista Danielle que acrescenta toda a personalidade “cool nerd girl” para a composição certeira e divertida. Relationships é um bom começo de nova era para o trio de irmãs.
nota: 8
Alguma Personalidade Genuína
Sorry I'm Here For Someone Else
Benson Boone
Apesar de todo o destaque que o Benson Boone está recebendo nos últimos tempos, o cantor ainda é um “one hit wonder” com o sucesso de Beautiful Things. Não sei se Sorry I'm Here For Someone Else pode mudar isso, mas pelo menos é uma canção bem melhor.
O que difere a canção da discografia do cantor é que o single apresenta uma produção com personalidade de verdade, mostrando que nas mãos certos existe um artista interessante por baixo do bigode e do tanquinho. Não é algo explosivo, mas essa mistura sólida de pop rock com synth-pop tem potencial se for refinada com cuidado e maturidade. Benson segura bem Sorry I'm Here For Someone Else, pois ele uma voz com potencial e grande alcance. Falta, porém, encontrar um local em que sua voz possa realmente ter gravidade e peso ao encontrar realmente a sua verdadeira personalidade. Não posso afirmar com certeza, mas tem algo aqui que pode florescer na carreira do Benson Boone. Aguardemos.
nota: 7
New Faces Apresenta: By Storm
Zig Zag
By Storm
By Storm
Antes chamado Injury Reserve, o grupo By Storm mudou de nome após a morte de um dos integrantes. Agora como uma dupla lançam o primeiro single, a sensacional Zig Zag.
Completamente fora de qualquer padrão comercial, a canção é uma longa, intrigada, impressionante e descomunal exercício sonoro ao misturar em uma experimental, hip hop, glitch, psicodelia, ambient e hip hop abstrato que vai puxando a gente em um vórtex impressionante. Não é uma canção, porém, que nos conquista logo de cara, mas é com o passar do tempo que a sua atmosfera densa e contemplativa. E isso é mais impressiona, pois Zig Zag é uma canção que soa contida devido a sua melodia linear, mas que esconde uma profundidade imensa que deixa a gente pasmo ao ir notando cada detalhe. Complexa e inteligente, a composição da canção é um deslumbre lírico que tem esse fator que mistura poesia urbana com um continuo correte de pensamento que é raro de ser feito de maneira tão natural. E a performance impressionante de Ritchie with a T completa com chave de ouro o pacote de Zig Zag. Umas das canções que a gente tem certeza que deveria ser descoberta por maior parte do público.
nota: 8,5
Bon Bom
Everything is Peaceful Love
Bon Iver
Bon Iver
Nem sempre uma musica precisa ser totalmente um acerto para ser uma boa música. Um bom exemplo é o single Everything is Peaceful Love do Bom Iver.
Primeiro single do álbum Sable, Fable, a canção nunca chega a realmente decolar, mas faz um voo delicioso e sólido. Uma pop soul com toques de eletrônico e soft rock, a canção apresenta uma produção que entrega um instrumental que segue uma linha linear sem grandes estouros, mas apresenta uma atmosfera deliciosa, envolvente e cativante que faz a gente se envolver facilmente com a vibe da canção facilmente. Everything is Peaceful Love apresenta uma letra que, sinceramente, não teve nenhuma reação de fato em mim. Entretanto, não posso negar a graciosidade como é escrito a composição, entregando um trabalho lírico limpo e inteligente. O que é realmente acertado é a entrega vocal de Justin Vernon que vai até além do que era necessário para a canção, introduzindo texturas e nuances que apenas enriquecem o resultado final. Uma boa canção do Bom Iver que é na medida certa.
nota: 8
A Próxima Onda
Maria Magdalena
Sevdaliza & Irmãs de Pau
Sevdaliza & Irmãs de Pau
Pelas pistas que vão sendo deixadas aqui e ali, o funk brasileiro parece ser a próxima onda musica a dominar as paradas internacionais. Ou ao menos a influência do gênero nacional. E isso pode ser ouvido Maria Magdalena da Sevdaliza com as brasileiras do Irmãs de Pau.
É claro que essa influencia podia já ser ouvida em Alibi, mas na nova canção é mais puramente um funk com toques de dance e art pop. E isso já mostra a maior influência do gênero. Infelizmente, o resultado não é tão inspirado, mas tem boas ideias. Acredito que o principal erro de Maria Magdalena é certa falta de química da Sevdaliza com as Irmãs de Pau. Não que sejam água e óleo, a união das artistas não fluem tão bem como poderia, especialmente comparado com a parceria com a Pabllo Vittar e Yseult. Além disso, a produção vocal na voz de Sevdaliza é um pouco estranha. Felizmente, a presença marcante das brasileiras e a batida marcante e sólida que realmente faz jus a ser um funk brasileiro. Agora é esperar se esse incêndio do funk vai se alastrar ou ser apenas fogo de palha.
nota: 7,5
16 de março de 2025
Um Teste para Chappell Roan
The Giver
Chappell Roan
Chappell Roan
A dominação da Chappell Roan é curiosa, pois vem de um single (Good Luck, Babe!) lançado em começo de 2024 e de canções do seu debut (The Rise and Fall of a Midwest Princess) lançado em final de 2023. Então, acho que era mais na hora da cantora lançar uma nova canção. E essa é a curiosa The Giver.
Mudando totalmente de rumo sonoro, a canção é uma empolgante, dançante e divertida country pop que acerta na mosca na construção da sua atmosfera que combina perfeitamente com a persona da artista. Com um instrumental substancial e apurado, a produção do Dan Nigro dá para The Giver uma áurea que fica perfeitamente e ousadamente entre ser uma galhofa criativa e uma homenagem sincera ao gênero que parece um trabalho que atualmente seria só possível vindo da Chappell Roan. É preciso dizer, porém, que a canção erra na sua parte final ao não elevar o seu clímax ao máximo, especialmente devido a construção da canção que vai criando a expectativa para esse final apoteótico, mas que termina no mesmo nível que o resto da canção. Tirando isso, a canção conta com uma composição excepcional com ironia fina e aguçada sobre a capacidade de dar prazer a uma mulher da cantora em comparação com “falastrões” e, principalmente, uma performance sensacional da mesma que deixa claro a sua apurada versatilidade vocal. Agora é esperar e ver se a Chappell Roan tem a força para emplacar um nova canção tão diferente daquelas que a fizeram a nova sensação do pop.
nota: 8
Um Merecedor do Hit Viral
HOTBOX
Lil Nas X
Lil Nas X
Entre tantas canções que viram virais e hitam que não merecem existem dezenas que mereciam o mesmo destino. Esse é caso de HOTBOX do Lil Nas X.
Mesmo entregando em seguida as melhores canções da sua carreira, o rapper está bem longe de voltar o sucesso do começo da carreira. Entretanto, a qualidade vem sem mantendo a mesma como o lançamento da ótima HOTBOX. Uma irresistível e deliciosa pop rap, synth funk e dance-pop que continua a mostrar a capacidade do artista em transitar com refinamento entre o status de “pop star” e o de “hip hop star”. Sexy e dançante, a canção também é sem medo de ser um hino queer sobre desejo e sexo, mas que consegue ser madura e sem um pingo de vulgaridade. Além disso, o uso do sample de Frontin’ do Pharrell Williams é excepcional, pois é o que dá liga para a batida. Entregando uma performance realmente ótima, Lil Nas X merece ter sua volta triunfal ao topo das paradas.
nota: 8
Tradicional
FUFN (Fuck You For Now)
JADE
JADE
De todos os singles lançados pelo Jade até o momento, FUFN (Fuck You for Now) é o mais tradicional sonoramente. E mesmo ainda é um trabalho mais interessante que boa parte do cenário pop atual.
Acredito que a canção é que mais se aproxime de uma balada dentro da recente discografia da cantora, mas ainda assim é uma divertida dance-pop/synth-pop/electrohouse com uma estrutura grandiosa que enche os ouvidos com o seu instrumental substancial e bem estruturado. Todavia, a produção de Dave Hamelin e Lostboy entrega uma canção que não se aventura em nenhuma quebra de expectativa que a eleve o material para um novo nível, entregando uma canção mais tradicional. Isso tira parte do impacto que que esperava algo mais ousado, mas é impossível dizer que FUFN (Fuck You for Now) não seja uma boa canção ainda mais uma performance poderosa da Jade, uma composição inteligente e com certa profundida e um refrão excepcional e viciante. Agora é ver até quando a Jade vai continuar só provocando a espera do seu já aguardadíssimo álbum de estreia.
nota: 7,5
O Ponto de Quebra
Anxiety
Doechii
Doechii
Com a ascensão clara e constante da carreira da Doechii está faltando um hit que alcance o topo das paradas oficiais. E para a surpresa parece que está canção será a interessante Anxiety.
Anteriormente, a canção era uma participação da rapper na canção de mesmo nome do rapper Sleepy Hallow de 2023 que, originalmente, sampleou a canção original da própria lançada no YouTube em 2019. Agora, a canção foi lançada regravada devido ao apelo da faixa original nas redes sociais. Resumindo: a rapper já vem mostrando potencial já faz um bom tempo. O grande acerto de Anxiety é o uso pesado e bem pensando do sample de Somebody That I Used To Know do Gotye com a base principal e quase exclusiva da canção. Na verdade, a gente pode dizer que a rapper meio que fez um remake do hit 2011, adicionando apenas uma nova composição nova e, clara, os seus vocais. Essa decisão é quase totalmente acertada, pois existem alguns momentos que não parece encaixar o instrumental com as novas partes. Entretanto, além de ter momentos que tudo flui muito bem como o refrão, a ideia dá a clara percepção da capacidade e versatilidade da rapper que aqui segura perfeitamente com uma performance ousada, áspera e com personalidade muito bem definida. A composição apresenta algumas aparas, mas mostra bem a capacidade lírica da rapper com uma temática profunda e pessoal ao falar sobre problemas mentais. Tenho que dizer que gostaria de outras canções da Doechii ter esse desempenho, mas fico feliz de qualquer forma da rapper estar tendo esse reconhecimento mais que merecido.
nota: 7,5
O Começo da Tempestade
Flood (Featuring Obongjayar & Moonchild Sanelly)
Little Simz
Como uma das artistas mais excitantes em atividade, a rapper Little Simz sempre terá seus lançamentos hypados ao máximo apenas pelo seu anuncio. E quando a mesma começa a dar as amostrar do que vem por aí é que a coisa é levantada para um outro nível como é caso da ótima Flood.
Primeiro single do seu próxima álbum (Lotus), a canção não está no mesmo nível dos primeiros singles dos álbuns anteriores, mas ainda assim é um trabalho sensacional. Uma sóbria, marcada, profunda e inspirada hip hop com fortíssima e impressionante influencia de afrobeats, Flood é uma canção que consegue ser curta (menos de três minutos) e consegue explorar todas as possibilidades sonoras que a sua base proporciona devido, especialmente, de um instrumental intrigadíssimo. A produção também acerta na introdução das nuances e texturas, mas, principalmente, constrói uma atmosfera perfeita para toda a força da presença poderosa da Little Simz. E a adição dos artistas Obongjayar e Moonchild Sanelly ajudam aumentar a sensação preciosa de riqueza sonora e significação que a canção passa desde o seu começo. E já temos um forte candidato para álbum do ano vindo da sempre genial Little Simz.
nota: 8,5
Cool Dude
Delete Ya
Djo
Djo
Continuando a sua jornada de se transformar no ator/cantor mais interessante da atualidade, o Joe Keery (Djo) lança a legal Delete Ya.
Emoldurando uma áurea meio David Bowie, meio Billy Idol, o artista entrega uma das performances mais despretensiosas e estilosa da sua carreira, mostrando total domínio da sua persona artística e da sua voz. E isso que dá boa parte do charme atemporal de Delete Ya que, felizmente, tem outras qualidades como a produção que entrega uma atemporal mistura de synth-pop com pop rock e new wave e uma composição muito bem estruturadas e com personalidade. E isso é devido a fator “cool” do Joe Keery.
nota: 8
9 de março de 2025
Uma Segunda Chance Para: Take Me to Church
Take Me to Church
Hozier
Hozier
Nem sempre conseguimos absorver todo a força de uma canção sem perceber todos com cuidado todas suas características. Felizmente, o tempo é capaz de corrigir essa falta de percepção como é caso de Take Me to Church do Hozier.
Primeiramente, a canção tem uma das letras mais potentes e poderosas de uma música de sucesso comercial tão grande nos últimos vinte anos ao ser uma crônica devastadoras sobre a hipocrisia da igreja católica. E isso é feito de maneira genial no instante que a gente percebe que o Hozier usa de uma metáfora sobre ao comparar a igreja com uma pessoa que ele ama. Forte, honestas e de uma lírica rica e bela, Take Me to Church do Hozier é dona de um refrão esmagador, tematicamente e esteticamente falando. Todavia, é na ponte final que a canção encontra o seu maior ápice:
No masters or kings when the ritual begins
There is no sweeter innocence than our gentle sin
In the madness and soil of that sad earthly scene
Only then, I am human, only then, I am clean
Felizmente, a canção tem em sua volta uma produção, comando por Rob Kirwan e Joe Fisher, excepcional que entrega uma elegante, grandiosa e soturna indie rock/rock soul com um instrumental impressionante e maduro. Entretanto, o que arremata de vez a canção é a performance descomunal que usa com perfeição o seu rouco e profundo timbre para criar toda a força da canção. Com o tempo foi possível perceber todos esses detalhes de Take Me to Church do Hozier, mostrando que o tempo é o senhor da razão.
nota: 8,5
Funk Exportação Tipo The Weeknd
Cry For Me
The Weeknd
The Weeknd
Um dos melhores momentos de Hurry Up Tomorrow é quando o The Weeknd acerto na mosca em como introduzir o funk carioca no pop com a ótima Cry For Me.
Fundida de forma inspirada e inteligente, a batida de clara influência do funk incrementa a batida da canção que ganha novos contornos devido a essa textura sonora. E o mais interessante é que não é apenas uma passagem aqui ou ali, mas, sim, a estrutura de Cry For Me é uma mistura de R&B, synth-pop e funk, criando um amálgama refrescantes e original que não perde, porém, a essência do cantor. Esse por sua vez entrega uma performance realmente inspiradíssima, mostrando o motivo de ser um dos maiores vocalistas masculinos da atualidade. E assim temos uma aula sobre o potencial do funk como exportação das mãos de um gringo.
nota: 8,5
Only Average in the Building
Scared of Loving You
Selena Gomez & benny blanco
Call Me When You Break Up
Selena Gomez, benny blanco & Gracie Abrams
Ao lado do noivo Benny Blanco, a Selena Gomez vai lançar um álbum que parece provar que musicalmente a artista se encontra na sua era de ser a mais mediana das cantoras.
As duas canções lançadas têm basicamente a mesma qualidade ao serem doidamente medianas em todos os sentidos. Uma mistura de pop rock, alt pop e folk pop, Scared of Loving You e Call Me When You Break Up são trabalhos sem vida e brilho, mesmo sendo tecnicamente bem produzidas. As duas canções passam uma sensação de cansaço criativo em que seus realizadores parecem estar completamente ciente que acham que estão produzido algo realmente criativo e excitante, especialmente na parceria com a Gracie Abrams que tenta ser uma canção divertida que termina, porém, como sendo boba e chatinha. Sinceramente, um álbum nessa mesma cadencia deve resultar na maior coleção de mediocridade do ano.
notas
Scared of Loving You: 5,5
Call Me When You Break Up: 5,5
Volta Morna
Love in Real Life
Lizzo
Lizzo
Depois de um hiato de três e várias polêmicas envolvendo o seu nome, a Lizzo está de volta com o lançamento da mediana Love in Real Life.
Sempre com bons singles que estreiam a sua nova era, a cantora erra na execução do novo single, especialmente no seu inexistente clímax final. Essencialmente, Love in Real Life é uma canção bem produzida ao ser uma dançante mistura de pop rock, R&B e sybth funk, mostrando uma nova faceta da cantora. Todavia, a produção também comete erros na sua execução como, por exemplo, o seu termino abrupto e sem graça que deveria ser uma verdadeira explosão. Também não gosto muito das transições nada suaves entre a cadencia dos refrões com os versos. Além disso, a composição é apenas ok, faltando tempero e graça para a letra sobre voltar a “curtir a vida”. Um comeback morno para a Lizzo que não combina em nada com a sua persona.
A Falta Criativa
MOTINHA 2.0 (Mete Marcha)
DENNIS & Luísa Sonza
DENNIS & Luísa Sonza
Sabe quando a ideia é boa, mas a execução não está na mesma altura? Então, esse é caso de MOTINHA 2.0 (Mete Marcha).
A canção do DJ Dennis com a cantora Luísa Sonza poderia não ser uma grande canção, mas poderia render algo realmente divertido se tivesse criatividade na sua construção como tem na sua ideia base. Todavia, a falta total desse elemento resulta em uma canção sem graça, rasteiro e dispensável em um funk/dance-pop bem medíocre. E o pior é que esquece de aproveitar de verdade a ótima ideia de usar o sample de Dança da Motinha para criar um ótimo prazer culposo, mas termina sendo apenas culposo. nota: 5
2 de março de 2025
Black Country, New Road, New Sound, Big Surprise
Besties
Black Country, New Road
Black Country, New Road
Quando resenhei o álbum Ants From Up There defini a sonoridade do Black Country, New Road como tendo o “entendimento mais puro da banda sobre é o que o rock”. E isso é ótimo para entender a surpreendente Besties, primeiro single do álbum Forever Howlong.
Apesar de ainda navegar pelo rock, a banda adiciona uma pesada e significativa carga de baroque/progressive pop que transforma a canção em um trabalho em um glorioso, iluminado e surpreendente. Sabe aquelas canções que dá vontade de bater o pesinho ao som da batida e cantarolar enquanto dirigir em uma manha ensolarada de primavera? Não, mas acredite em mim que você vai sentir essa sensação ao ouvir Besties, pois a canção exala essa sensação devido a sua atmosfera solar e uma construção resplandecente instrumental que é uma das marcas da banda. Liricamente, a canção é uma crônica sobre o amor platônico por um amigo que pode ou não virar realidade e sobre as consequências para o narrador. Não é exatamente genial, mas os vocais da nova integrante da banda Georgia Ellery é outro fator de deliciosa estranheza que faz realmente a canção funcionar. Apenas com essa amostra é cedo para dizer como vai ser o resto do álbum, mas espero que seja ao menos um trabalho de momentos tão inesperados como esse.
nota: 8,5
The Rise of New Era
ExtraL
JENNIE & Doechii
JENNIE & Doechii
Posso estar errado, mas com os sinais recentes já se pode dizer que estamos diante da ascensão de uma nova era de grandes divas. E em ExtraL tem a união de duas delas: Jennie e, principalmente, a Doechii.
Tenho que admitir que a canção em si não é sensacional, mas é um trabalho bom o suficiente para deixar as duas artistas brilharem. Uma pop rap/hip hop/Jersey club, ExtraL é rápida, rasteira, marcante, comercial e explosiva na medida certa devido ao um instrumental bem construído, dinâmico e com toques de pura inspiração. Como dito, porém, a canção é o perfeito veiculo para a Jennie mostrar personalidade de sobra em performance inspirada e bem diferente do single anterior, mas o grande ponto focal da canção é a presença sensacional da Doechii que em um verso pequeno mostra com clareza esse “star quality” radiante que vem a rapper se destacar cada vez mais. E assim uma nova era vai se formando diante dos nossos olhos.
nota: 7,5
As Peculiaridades da Marina
BUTTERFLY
MARINA
MARINA
A cantora Marina, ex-and the Diamonds, tem uma carreira que está sempre acertando para uns, errando para outros. E quando erra para o que acertou antes consegue acertar para quem errou. Ao começar a sua nova era não mostra que vai mudar com o lançamento de BUTTERFLY.
Primeiro single do novo álbum, a canção é visivelmente um trabalho que vai dividir o público, pois não é exatamente algo que seja de fácil assimilação. E isso é completamente compreensivo, pois a canção é uma alt pop/synth-pop que transita bem entre o piegas e o pretencioso com sua construção sonora com toques datados e quase irritante. E isso é especialmente ouvido no refrão em que a voz da cantora é distorcida para uma versão infantil. Todavia, BUTTERFLY é deliberadamente todas as essas coisas, pois, ao que parece, a sua razão de existir parecer ser um exercício da própria noção da sonoridade que o publico tem da Marina. Teria eu entendido errado? Pode até ser, mas o fato é que realmente gostei da canção já que entrega de maneira inteligente o que parece ser propor. Além disso, a parte vocal da Marina na “ponte” é simplesmente sublime. Acho que a canção é o perfeito veiculo para mostrar a personalidade peculiar ada cantora.
nota: 8
O Fator Kylie
last night i dreamt i fell in love
Alok & Kylie Minogue
Alok & Kylie Minogue
Existe uma qualidade que é intrínseca de um verdadeiro artista que o qualifica e o distingue como uma verdadeira. E dessa qualidade que tem de sobra a Kylie Minogue ao injetar em last night i dreamt i fell in love em parceria com o DJ brasileiro Alok.
Uma dance-pop/eurodance mediana e massificada, a canção mostra bem claro a limitação do brasileiro e coprodutores de sair fora desse padrão clichês. Não chega a ser ruim, pois até acho bem legal a parte do refrão. Todavia, last night i dreamt i fell in love é realmente salvo pela presença radiante e poderosa da Kylie, pois é só a cantora começar a cantar que a canção ganha pedigree verdadeiro e substancial, elevando bem o que poderia ser uma canção desastrosa. Se a canção em si fosse melhor, o resultado seria ainda melhor já que a cantora também não é nenhum santa milagreira para fazer o impossível.
nota: 6
16 de fevereiro de 2025
A Dor do Que Poderia Ter Sido
5 Dollar Pony Rides
Mac Miller
Mac Miller
Ouvir 5 Dollar Pony Rides, single de Balloonerism, é uma visão clara e precisa sobre todo o potencial do Mac Miller que nunca podermos ver alcançar a plenitude total.
Felizmente, a canção é uma das mais animadas do álbum ao ser quase uma canção de amor em que o rapper se declara par amada. Digo quase, pois 5 Dollar Pony Rides tem uma pitada do lirismo reflexivo de Mac ao tentar entender a psique da amada ao ligar seus problemas com a sua figura paterna. E isso apenas mostra o quanto refiando era o compositor que é capaz de tocar em assuntos complexos com um senso estética apuradíssimo. Entretanto, o que se destaca plenamente na canção é a sua inspirada produção (do próprio rapper) que entrega uma sofistica e madura neo-soul/jazz rap com uma batida intrigada instrumentalmente e deliciosa de se ouvir. Apesar de não podermos ouvir o amadurecimento do Mac Miller com o a passar dos anos fico feliz de poder ouvir o que ele tinha feito finalmente a luz do dia.
nota: 8,5
Ácido Caústico
Man Made of Meat
Viagra Boys
Viagra Boys
Existem algumas músicas que devido a alguma característica causa algum tipo de incomodo quando a gente a escuta. Todavia, essas músicas são basicamente impossíveis de serem esquecidas, pois, normalmente, acertam um lugar impossível de se esquecer. Esse é o caso de Man Made of Meat da banda Viagra Boys.
Primeiro single do novo álbum da banda, a canção é afiadíssima, desconcertante, ácida e explosiva crítica da sociedade moderna, especialmente a maneira como as pessoas lidam com a internet, o consumismo e a cultura da celebridade. Todavia, não é apenas um critica/reflexão, mas, sim, uma porrada descomunal ao usar construções líricas que vão do cair o queixo até os versos que a gente não tem nenhuma reação de verdade, sendo o ápice na sequência:
They watch TV, they watch TV about a man named Chandler Bing who died in a freak hot tubbing accident and spent his time drinking hot dog flavored water on a popular TV show called Tub Girls
A maneira como está escrito é exatamente a cadencia do verso, mostrando também uma estilização da composição única e impressionante. Tudo na composição de Viagra Boys cria um ruido tão alto que fica incapaz da gente não deixar de olhar, mesmo não sabendo como reagir. E isso é algo realmente positivo. Sonoramente, a canção é uma sensacional dance-punk/art rock elétrica e inspirada assim como a ríspida e extrovertida performance do vocalista Sebastian Murphy. Viagra Boys não é para todos públicos e até para aqueles é destinada é preciso ter uma casca grossa. E essa é a graça genial da canção.
nota: 8,5
Erykah BadDon't
F.U.
Jamie xx & Erykah Badu
Jamie xx & Erykah Badu
Fazia algum tempo que não ficava realmente surpreso e interessado por uma parceria quanto fiquei ao descobrir que para a versão deluxe de In Waves teria uma colaboração com a Erykah Badu chamado F.U. Uma pena, porém, que o resultado ficou aquém do esperado.
O grande problema é que a Erykah não canta na canção, mas, sim, é a voz dela “ao fundo” como se estivesse animando uma festa em conversa com publico como se fosse a host/DJ. É interessante, mas passa bem longe da gente ter a cantora realmente participando da canção como deveria. Uma pena, pois sonoramente F.U. é uma reconforte e madura progressive house que não chega a estourar, mas tem uma batida deliciosamente envolvente feita para fritar na maciota. Não foi dessa vez da gente ouvir a Erykah Badu em toda a sua gloria no “pop”. Uma pena.
nota: 7,5
Cadê a Ava?
Lost Your Faith
Ava Max
Entre trancos e barrancos, a Ava Max sempre seguiu um caminho mais puramente pop, mas Lost Your Faith dá uma guinada para uma vertente pop rock até simpática.
Bem produzida, mas sem muita força criativa, a canção entrega um pop rock/dance rock com possibilidades para o caminho da Ava. Gosto especialmente do solo de guitarra que incremente o clímax da canção, mesmo sendo clichê. O problema de Lost Your Faith é a performance da Ava. Apesar de entregar uma interpretação sólida faltou algum brilho que a mesma tem nos seus melhores momentos em outras canções, deixando o resultado final carente de certa personalidade e dando a impressão que a cantora poderia ter sido substituída por outra vocalista que não faria muita diferente. Espero que a canção possa ser apenas o começo de algo melhor trabalhado ou apenas um teste único.
nota: 6,5
Compra Quem Quer
High Fashion
Addison Rae
Addison Rae
Sinceramente, não tenho a menor ideia porque muitos fãs de pop estão comprando a ideia da Addison Rae ser uma nova promessa da música, sendo que até agora não tem um sinal realmente verdadeiro do seu potencial. E isso piora com a mediana High Fashion.
A ideia por trás da canção é até boa, pois é uma sexy e cadenciada syntyh-pop/alt pop, mas que não encontra seu lugar devido especialmente a performance forçada e apática da cantora. A maneira como a cantora entoa High Fashion soa mais como uma artista querendo fazer a sensual e estilizada, mas sendo arrastada e tentando esconder a falta de alcance e versatilidade da sua voz. E isso é problema imenso, pois não deixa a canção realmente encontrar uma personalidade que a permita sair desse campo de boa ideia para boa execução. Além disso, a composição é até sólida, mas não tem um brilho suficiente para se sobressair, terminando como uma versão pobre da Charli XCX. O golpe tá aí, cai quem quer.
nota: 5,5
9 de fevereiro de 2025
A Vencedora do Grammy Doechii
Nosebleeds
Doechii
Com todas suas flores mais do merecidas, a Doechii dá outra prova contundente do seu imenso talento ao lançar a ótima Nosebleeds, lançada como “presente” aos fãs após sua vitória merecidíssimo no Grammy.
Mesmo com um pouco mais de dois minutos apenas, a produção entrega uma canção realmente completa, ousada e potente ao seguir um caminho experimental para essa hip hop/rap, entregando um instrumental intricado e ousado. Não é exatamente genial, mas é uma prova sólida e impressionante da capacidade da artista. Entretanto, Nosebleeds ganha vida pela gigantesca e impressionante performance da Doechii que simplesmente dá uma aula genial de como introduzir uma carga descomunal de personalidade, versatilidade e carisma. E a mudança no finalzinho é uma quebra de expectativa que faz da canção ser merecedora de ser escutada. E espero que a rapper continue a entregar presentes com nessa mesma toada artística.
nota: 8
O Ano das Rosinhas
Born Again
LISA, RAYE & Doja CatContinuando a jornada para que o Blackpink tenha as melhores carreiras solos das suas integrantes, a Lisa lança a sua melhor canção com a deliciosa Born Again.
E esse resultado é preciso agradecer especialmente a britânica Raye. Não apenas a cantora faz uma participação substancial e sensacional na canção, mas, também, é coautora e coprodutora (ao lado de Andrew Wells). E isso é o que dá o toque precioso para a canção, pois é fácil observar a visão única, inteligente e refinada da Raye na construção dessa graciosa, chiclete, chic e inspirada nu-disco com infusões de dance-pop, pop rap e funk que cria uma batida atemporal e envolvente. Existe um odor de perfume caro que exala de Born Again que gruda na gente mesmo depois de ter escutado que é o toque de genialidade da produção. A composição é outro trabalho inteligente que sabe ficar muito bem na linha entre o polêmico ao usar metáforas religiosas para falar sobre desejo e a estética pop graciosa, especialmente no ótimo refrão. A canção poderia ser ainda melhor se tivesse alguns ajustes finos na participação das três artistas envolvidas. Lisa entrega uma performance inspirada e a divisão com a Raye é inteligente, mas essa último rouba a cena daquela que seria a estrela da canção. Além disso, Doja Cat poderia estar mais presente no resto da canção fora do seu estiloso, divertido e requintado verso em que a mesma transita entre a sua vertente cantora e a rapper. De qualquer forma, as três artistas dão liga no resultado final, criando em Born Again a primeira grande parceria de 2025.
nota: 8
De Volta ao Básico do Básico
ROMEO
Anitta
Anitta
Sempre que vejo que a Anitta vai lançar uma nova música para um novo álbum ou projeto realmente fico com alguma esperança de finalmente vermos a evolução artista da cantora. Todavia, essa esperança sempre vem com uma dose de realidade em ter a certeza que o que vai vim é mais do mesmo. E isso é o que acontece com Romeo.
A canção é basicamente o mesmo reggaeton massificado e genérico que a cantora insisti em fazer para tentar fazer o sucesso no mercado internacional. Comercialmente, isso não é ruim, mas o problema é que a cantora está ficando anos luz atrás artisticamente devido a não prestar atenção que o gênero vem evoluído a passos largos com doses imensas de criatividade e ousadia. Tenho que admitir que Romeo tem um instrumental até sólido, tentando fazer algo na sua parte final ao adicionar toques de eletrônico. Entretanto, o que é introduzido também é genérico e sem muita força relevante para o resultado final. Anitta até domina a canção bem, mas seus esforços são perdidos em um mar de obviedades sonoras. E assim se repete mais um ciclo na carreira da Anitta.
nota: 5
Memoria Desbloqueada
Rushmere
Mumford & Sons
Mumford & Sons
Lá pelos anos 2012 tive uma fase que era realmente cativado pela banda Mumford & Sons, mas ao longo dos anos foi diminuindo assim como a relevância da banda. Ao ouvir Rushmere, primeiro single da banda do álbum de mesmo nome, foram desbloqueadas várias das minhas memorias.
A canção mostra que se de um lado não ouve nenhuma mudança drástica da sonoridade da banda que é a prova que não ouve evolução artística, do outro lado é como experimentar um prato que fazia anos que você não provava, aguçando sua memoria palatar. Rushmere é uma baladona mid-tempo folk pop/rock com uma instrumental grandioso, emocionante e clichê que funciona quando a gente não esperada nada além disso. Com uma composição que segue o mesmo caminho, a canção tem seu ponto realmente alto devido a sempre confiável e elegante presença do vocalista Marcus Mumford. O resultado da canção é até melhor que o esperado, mesmo sendo ajudado pelo fator nostalgia.
nota: 7,5
New Faces Apresenta: venturing
Dead forever
venturing
venturing
O primeiro New Faces do ano será de uma artista que já esteve aqui no blog, mas a mesma decidiu lançar um projeto paralelo sob a alcunha de outro nome. Nesse caso, estou falando da cantora Jane Remover que resolver lançar um projeto paralelo chamado venturing e como single foi lançada a canção Dead Forever.
O mais interessante da canção é fato de podermos notar que se trata da mesma artista, mas aqui existe uma clara mudança sonora ao ser deixado o lado mais experimental para mergulhar em uma sonoridade mais direta e tradicional. E isso é excelente, pois mostra a versatilidade da artista que consegue ao mesmo tempo entregar trabalhos distintos e com a sua marca. Em Dead Forever, o caminho seguido é de um sólido indie/alternativo rock com toques de shoegaze e noise pop, criando um barulhento e maduro trabalho. É preciso apontar que, novamente, não entendo a decisão da produção vocal em “esconder” da voz de Jane, mesmo que aqui seja menos imponente isso, pois é nos momentos que ouvimos sua voz que a canção ganhar mais força. De qualquer forma, Jane ter dois trabalhos distintos que se conversam entre si lançados no mesmo ano é um feito incrível que precisa ser exaltado.
nota: 7,5
A Primeira Música Ruim de 2025
Blick Sum
Latto & Playboi Carti
Latto & Playboi Carti
Até o momento só tinha escutado em 2025 música boas, mas com Blick Sum veio a primeira música ruim do ano.
Remix de uma canção da rapper, o single é o que de mais massificado existe no trap com uma batida pobre, repetitiva e ruim mesmo. Tem uma batida que demarca toda a canção que vai entrando na nossa cabeça de uma maneira nada agradável, parecendo que vai arrebentar nossos tímpanos. Entretanto, o pior de Blick Sum é a performance sem inspiração da Latto e, principalmente, a falta de carisma e talento do Playboi Carti. Ambas performances parecem totalmente descolocada da batida, criando um ruído que parece um quadro negro sendo arranhado. Uma canção que realmente faz a gente dar um deprimida só de saber que existe.
nota: 3
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