9 de março de 2025

Primeira Impressão

MAYHEM
Lady Gaga



Primeira Impressão - Outros Lançamentos

AMORTAGE
JISOO


Uma Segunda Chance Para: Take Me to Church

Take Me to Church
Hozier


Nem sempre conseguimos absorver todo a força de uma canção sem perceber todos com cuidado todas suas características. Felizmente, o tempo é capaz de corrigir essa falta de percepção como é caso de Take Me to Church do Hozier.

Primeiramente, a canção tem uma das letras mais potentes e poderosas de uma música de sucesso comercial tão grande nos últimos vinte anos ao ser uma crônica devastadoras sobre a hipocrisia da igreja católica. E isso é feito de maneira genial no instante que a gente percebe que o Hozier usa de uma metáfora sobre ao comparar a igreja com uma pessoa que ele ama. Forte, honestas e de uma lírica rica e bela, Take Me to Church do Hozier é dona de um refrão esmagador, tematicamente e esteticamente falando. Todavia, é na ponte final que a canção encontra o seu maior ápice:

No masters or kings when the ritual begins
There is no sweeter innocence than our gentle sin
In the madness and soil of that sad earthly scene
Only then, I am human, only then, I am clean

Felizmente, a canção tem em sua volta uma produção, comando por Rob Kirwan e Joe Fisher, excepcional que entrega uma elegante, grandiosa e soturna indie rock/rock soul com um instrumental impressionante e maduro. Entretanto, o que arremata de vez a canção é a performance descomunal que usa com perfeição o seu rouco e profundo timbre para criar toda a força da canção. Com o tempo foi possível perceber todos esses detalhes de Take Me to Church do Hozier, mostrando que o tempo é o senhor da razão.
nota: 8,5

Funk Exportação Tipo The Weeknd

Cry For Me
The Weeknd

Um dos melhores momentos de Hurry Up Tomorrow é quando o The Weeknd acerto na mosca em como introduzir o funk carioca no pop com a ótima Cry For Me.

Fundida de forma inspirada e inteligente, a batida de clara influência do funk incrementa a batida da canção que ganha novos contornos devido a essa textura sonora. E o mais interessante é que não é apenas uma passagem aqui ou ali, mas, sim, a estrutura de Cry For Me é uma mistura de R&B, synth-pop e funk, criando um amálgama refrescantes e original que não perde, porém, a essência do cantor. Esse por sua vez entrega uma performance realmente inspiradíssima, mostrando o motivo de ser um dos maiores vocalistas masculinos da atualidade. E assim temos uma aula sobre o potencial do funk como exportação das mãos de um gringo.
nota: 8,5


Only Average in the Building

Scared of Loving You
Selena Gomez & benny blanco

Call Me When You Break Up
Selena Gomez, benny blanco & Gracie Abrams

Ao lado do noivo Benny Blanco, a Selena Gomez vai lançar um álbum que parece provar que musicalmente a artista se encontra na sua era de ser a mais mediana das cantoras.

As duas canções lançadas têm basicamente a mesma qualidade ao serem doidamente medianas em todos os sentidos. Uma mistura de pop rock, alt pop e folk pop, Scared of Loving You e Call Me When You Break Up são trabalhos sem vida e brilho, mesmo sendo tecnicamente bem produzidas. As duas canções passam uma sensação de cansaço criativo em que seus realizadores parecem estar completamente ciente que acham que estão produzido algo realmente criativo e excitante, especialmente na parceria com a Gracie Abrams que tenta ser uma canção divertida que termina, porém, como sendo boba e chatinha. Sinceramente, um álbum nessa mesma cadencia deve resultar na maior coleção de mediocridade do ano. 
notas
Scared of Loving You: 5,5
Call Me When You Break Up: 5,5

Volta Morna

Love in Real Life
Lizzo


Depois de um hiato de três e várias polêmicas envolvendo o seu nome, a Lizzo está de volta com o lançamento da mediana Love in Real Life.

Sempre com bons singles que estreiam a sua nova era, a cantora erra na execução do novo single, especialmente no seu inexistente clímax final. Essencialmente, Love in Real Life é uma canção bem produzida ao ser uma dançante mistura de pop rock, R&B e sybth funk, mostrando uma nova faceta da cantora. Todavia, a produção também comete erros na sua execução como, por exemplo, o seu termino abrupto e sem graça que deveria ser uma verdadeira explosão. Também não gosto muito das transições nada suaves entre a cadencia dos refrões com os versos. Além disso, a composição é apenas ok, faltando tempero e graça para a letra sobre voltar a “curtir a vida”. Um comeback morno para a Lizzo que não combina em nada com a sua persona.
nota: 6,5   


A Falta Criativa

MOTINHA 2.0 (Mete Marcha)
DENNIS & Luísa Sonza

Sabe quando a ideia é boa, mas a execução não está na mesma altura? Então, esse é caso de MOTINHA 2.0 (Mete Marcha).

A canção do DJ Dennis com a cantora Luísa Sonza poderia não ser uma grande canção, mas poderia render algo realmente divertido se tivesse criatividade na sua construção como tem na sua ideia base. Todavia, a falta total desse elemento resulta em uma canção sem graça, rasteiro e dispensável em um funk/dance-pop bem medíocre. E o pior é que esquece de aproveitar de verdade a ótima ideia de usar o sample de Dança da Motinha para criar um ótimo prazer culposo, mas termina sendo apenas culposo. nota: 5


2 de março de 2025

Primeira Impressão

Hurry Up Tomorrow
The Weeknd


Primeira Impressão

Alter Ego
LISA



Black Country, New Road, New Sound, Big Surprise

Besties
Black Country, New Road


Quando resenhei o álbum Ants From Up There defini a sonoridade do Black Country, New Road como tendo o “entendimento mais puro da banda sobre é o que o rock”. E isso é ótimo para entender a surpreendente Besties, primeiro single do álbum Forever Howlong.

Apesar de ainda navegar pelo rock, a banda adiciona uma pesada e significativa carga de baroque/progressive pop que transforma a canção em um trabalho em um glorioso, iluminado e surpreendente. Sabe aquelas canções que dá vontade de bater o pesinho ao som da batida e cantarolar enquanto dirigir em uma manha ensolarada de primavera? Não, mas acredite em mim que você vai sentir essa sensação ao ouvir Besties, pois a canção exala essa sensação devido a sua atmosfera solar e uma construção resplandecente instrumental que é uma das marcas da banda. Liricamente, a canção é uma crônica sobre o amor platônico por um amigo que pode ou não virar realidade e sobre as consequências para o narrador. Não é exatamente genial, mas os vocais da nova integrante da banda Georgia Ellery é outro fator de deliciosa estranheza que faz realmente a canção funcionar. Apenas com essa amostra é cedo para dizer como vai ser o resto do álbum, mas espero que seja ao menos um trabalho de momentos tão inesperados como esse.
nota: 8,5



The Rise of New Era

ExtraL
JENNIE & Doechii


Posso estar errado, mas com os sinais recentes já se pode dizer que estamos diante da ascensão de uma nova era de grandes divas. E em ExtraL tem a união de duas delas: Jennie e, principalmente, a Doechii.

Tenho que admitir que a canção em si não é sensacional, mas é um trabalho bom o suficiente para deixar as duas artistas brilharem. Uma pop rap/hip hop/Jersey club, ExtraL é rápida, rasteira, marcante, comercial e explosiva na medida certa devido ao um instrumental bem construído, dinâmico e com toques de pura inspiração. Como dito, porém, a canção é o perfeito veiculo para a Jennie mostrar personalidade de sobra em performance inspirada e bem diferente do single anterior, mas o grande ponto focal da canção é a presença sensacional da Doechii que em um verso pequeno mostra com clareza esse “star quality” radiante que vem a rapper se destacar cada vez mais. E assim uma nova era vai se formando diante dos nossos olhos. 
nota: 7,5

As Peculiaridades da Marina

BUTTERFLY
MARINA


A cantora Marina, ex-and the Diamonds, tem uma carreira que está sempre acertando para uns, errando para outros. E quando erra para o que acertou antes consegue acertar para quem errou. Ao começar a sua nova era não mostra que vai mudar com o lançamento de BUTTERFLY.

Primeiro single do novo álbum, a canção é visivelmente um trabalho que vai dividir o público, pois não é exatamente algo que seja de fácil assimilação. E isso é completamente compreensivo, pois a canção é uma alt pop/synth-pop que transita bem entre o piegas e o pretencioso com sua construção sonora com toques datados e quase irritante. E isso é especialmente ouvido no refrão em que a voz da cantora é distorcida para uma versão infantil. Todavia, BUTTERFLY é deliberadamente todas as essas coisas, pois, ao que parece, a sua razão de existir parecer ser um exercício da própria noção da sonoridade que o publico tem da Marina. Teria eu entendido errado? Pode até ser, mas o fato é que realmente gostei da canção já que entrega de maneira inteligente o que parece ser propor. Além disso, a parte vocal da Marina na “ponte” é simplesmente sublime. Acho que a canção é o perfeito veiculo para mostrar a personalidade peculiar ada cantora. 
nota: 8

O Fator Kylie

last night i dreamt i fell in love
Alok & Kylie Minogue


Existe uma qualidade que é intrínseca de um verdadeiro artista que o qualifica e o distingue como uma verdadeira. E dessa qualidade que tem de sobra a Kylie Minogue ao injetar em last night i dreamt i fell in love em parceria com o DJ brasileiro Alok.

Uma dance-pop/eurodance mediana e massificada, a canção mostra bem claro a limitação do brasileiro e coprodutores de sair fora desse padrão clichês. Não chega a ser ruim, pois até acho bem legal a parte do refrão. Todavia, last night i dreamt i fell in love é realmente salvo pela presença radiante e poderosa da Kylie, pois é só a cantora começar a cantar que a canção ganha pedigree verdadeiro e substancial, elevando bem o que poderia ser uma canção desastrosa. Se a canção em si fosse melhor, o resultado seria ainda melhor já que a cantora também não é nenhum santa milagreira para fazer o impossível.
nota: 6