7 de dezembro de 2025

Primeira Impressão

I Barely Know Her
sombr





Um dos indicados ao Grammy de Best New Artist, o cantor Sombr entrega um debut modesto em I Barely Know Her, mas que apresenta traços promissores de um possível futuro interessante.

Com apenas vinte anos, Shane — nome real do artista — deixa clara a inexperiência em um trabalho que parece mais preocupado em preencher caixas do que em afirmar uma identidade sólida para um novo nome do pop/indie pop/rock. E olha que a produção é coassinada pelo experiente e lendário Tony Berg. Ainda assim, Sombr também assina parte da produção, mostrando que ainda é um artista em processo de amadurecimento. Por isso, o resultado do álbum soa apressado, sem foco e com a sensação de estarmos escutando algo já requentado. Todavia, nesse caldeirão há lampejos de personalidade, especialmente quando o trabalho abandona certas pretensões.

Bem estruturado tecnicamente, I Barely Know Her vale a pena quando percebemos o artista sendo influenciado — e não tentando imitar suas referências. Em seu melhor momento, a produção acerta o tom na balada indie rock canal street. Sentimental, mas sóbria e com um acabamento instrumental refinado, a canção dá espaço para o cantor esticar seu potencial em uma faixa que se sustenta sozinha. Quanto à presença vocal, Sombr tem uma voz interessante, capaz de — quando mais amadurecida — entregar grandes performances. No álbum, porém, tudo ainda parece levemente fora de foco. Não ajudam algumas decisões que aplicam efeitos vocais que sufocam, em vez de elevar a presença do cantor.

Outros bons momentos surgem quando o trabalho se inclina para um lado mais dançante, como na divertida pop-rock com toques de synth-funk 12 to 12, ou na densidade da indie rock/electro rock de back to friends.

I Barely Know Her apresenta Sombr como uma promessa que pode, sim, ter um futuro interessante — mas também evidencia que ainda há um longo caminho a ser percorrido.


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