10 de janeiro de 2016

Melhores Álbuns de 2015 - Parte II




Parte I



20. Pageant Material
Kacey Musgraves

"Pageant Material é sobre as pequenas coisas do dia a dia que fazem um importância imensa em nossas vidas, mas esquecemos de dar valor devido ao ritmo alucinante em que vivemos. Musgraves ao lado de Luke Laird e Shane McAnally, os mesmos produtores/compositores do álbum anterior, consegue explorar temas corriqueiros com, por exemplo, pequenas brigas de família, aquele momento que decidimos dar um tempo e apenas relaxar, as nossas raízes em uma "terra", pequenas desilusões amorosas, entre outras com leveza e ao mesmo tempo com uma sinceridade avassaladora. Aquelas conclusões tão claras sobre a vida que, mesmo na nossa cara, não são percebidas facilmente quando, por exemplo, Kacey diz "Eu prefiro perder pelo que sou do que ganhar pelo que não sou" na ótima Pageant Material, canção que dá nome ao álbum, ou ao discorrer sobre a importância da família diz "Família é família, na igreja ou na prisão/Você ganha o que ganha e não tem escolha" na divertida Family Is Family. São essa pequenas obviedades desconcertantes ditas por Kacey emPageant Material que faz do álbum um trabalho tão bom. Para que o trabalho passasse de bom para ótimo precisaria que a produção entregasse um trabalho não tão linear."


19.E•MO•TION
Carly Rae Jepsen


"E•MO•TION é um oásis pop: refinado do começo ao fim, divertido, carismático, redondinho e, o mais importante, inteligente."


18. Honeymoon
Lana Del Rey

"Melhor que Ultraviolence e inferior a Born To Die, Honeymoon tem na presença do experiente Rick Nowels a base perfeita para aparar algumas arestas soltas no trabalho anterior. A primeira mudança são as composições que estão com uma carga mais poética, etérea, delicada e usando perfeitamente de lindas imagens metafóricas que combinam com a personalidade de Lana. Um ótimo exemplo é a sexy e deliciosa Salvatore que conta o passeio em uma tarde morna de verão com um italiano, mas na verdade é sobre sexo. Nada de vulgar aparece na composição, pois é preciso pensar um pouco para entender o significado de "soft ice creams". Todavia, não espere que o tom de Lana tenha mudado, pois a cantora ainda está no modo "quero estar morta" já que todas as canções ainda têm a atmosfera da sua famosa persona "melancólica depressiva contemplativa de menina rica de coração partido que busca a cura em homens errados, em drogas nem tão pesadas e na doce loucura da bebida o seu porto seguro", Por enquanto essa "personagem" criada por Lana ainda não caiu no cansativo por causa das pessoas com que a cantora vem trabalhando que conseguem dar uma polida diferente em cada álbum. Além disso, a cantora é uma das poucas inseridas no mainstream que alia perfeitamente essa estética alternativa com o lado comercial. Todavia, em um futuro não muito distante, Lana vai precisar alterar algumas características suas para não se tornar extremamente cansativa e repetitiva, mas, por enquanto, ainda funciona lindamente."


17. Unbreakable
Janet Jackson

"O grande trunfo de Unbreakable é conseguir unir várias facetas em apenas um trabalho: ao mesmo tempo em que busca agradar os fãs sendo um agradecimento em forma de música, o álbum também mostra a vontade de Janet em atrair uma nova legião de fãs ao se arriscar em novas sonoridades sem perder, porém, a sua personalidade já definida, mas nunca repetindo o que ela já fez. Ou seja: Janet Jackson faz praticamente o impossível ao ter a capacidade de agradar a gregos e a troianos. Obviamente, o responsável por isso é a produção: Janet volta a trabalhar com a dupla de produtores Jimmy Jam & Terry Lewis. Ao lado deles, a cantora teve em mãos os seus maiores sucessos ao longo da carreira e conquistou dois Grammys ao longo das últimas décadas. Sem trabalhar com eles desde 2006, a reunião em 2015 não poderia ser de melhor resultado: Unbreakable é uma sólida obra de R&B contemporâneo com grandes pitadas de pop e dance music que ao mesmo tempo reflete a sua personalidade também injeta uma vibrante lufada de ar fresco. Uma das artistas que consagrou o estilo R&B slow-tempo misturado com outros gêneros, Janet Jackson, que também assina como produtora, não tem medo de ousar ao introduzir na sua sonoridade novas texturas e sabores para atualizar a sua persona musical. Tudo é feito com um cuidado invejável e uma inteligencia muito acima da média entregando um álbum que beira a perfeição técnica em vários sentidos, pois Unbreakable é coerente, coeso, fluido e, mais importante, empolgante do começo ao fim. Há momentos menos inspirados e outros mais inspirados, mas, não há como negar, Janet imprimi a sua marca de maneira graciosa."


16. Lady Sings the Blues
Rebecca Ferguson

"Lady Sings the Blues se beneficia do que a própria Rebecca tem de melhor: a sua voz. Em meio a tanta produção vocal excedendo os limites do uso dos corretores vocais, ouvir a graciosa, rica e deliciosamente soul. Ouvir Rebecca emLady Sings the Blues em performances encantadoras é como tomar um denso, doce e acolhedor chocolate quente em dia de inverso intenso. É como ser abraçado pelo brilho do quente Sol depois de semanas de chuva impiedosa. É como assistir o mais belo crepúsculo depois do pior dia da sua vida e saber que ainda há esperança mesmo que misturada com a melancolia. Não, Rebecca não tem a mesma magistralidade de Billie ou de uma de suas contemporâneas como Nina Simone e Ella Fitzgerald, mas ela é o que mais se aproxima dessas deusas da música mesmo com suas limitações como, por exemplo, ter nascido muito depois delas."

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