21 de janeiro de 2016

Primeira Impressão

King Push – Darkest Before Dawn: The Prelude
Pusha T



Um artista talentoso tem o potencial totalmente liberado quando está cercado de pessoas talentosas, pois, até o momento, eu nunca vi um álbum ser feito inteiramente apenas por uma pessoa. Por isso, a presença de bons produtores pode fazer um álbum ser genial ou um desastre. Para a sorte do rapper Pusha T e o seu álbum King Push – Darkest Before Dawn: The Prelude o caso é o primeiro.

O curioso aqui é o fato que King Push – Darkest Before Dawn: The Prelude seja, na verdade, um prelúdio para o lançamento do próximo álbum do rapper, isto é, o álbum inteiro serve como uma espécie de faixa "intro". Entretanto, a qualidade dessa "intro" é tão sensacional que, apesar de ter sido concedida como um "esquenta", não deixa a desejar em nada para um álbum de verdade. A grande razão para isso é o grupo de produtores que o rapper reuniu: indo do sumido Timbaland, passando pelo Kanye West e chegando até mesmo ao Puffy Daddy. A união desses nomes junto de outros não tão conhecidos ajuda King Push – Darkest Before Dawn: The Prelude a se transformar em uma obra com uma sonoridade refinadíssima. As nuances e texturas agregadas ao hip hop/rap de Pusha T é o ponto fundamental para elevar o álbum para parâmetros altos, fazendo King Push – Darkest Before Dawn: The Prelude uma viagem musical envolvente e poderosa, mesmo que muito rápida. O álbum tem apenas dez faixas e a sua duração não passa de trinta e cinco minutos, mas essa característica é outro trunfo do álbum: se em pouco tempo, especialmente se comparar com outros álbuns do gênero, Pusha T consegue fazer um trabalho com essa qualidade, imagina quando lançar o álbum "inteiro". Claro, King Push – Darkest Before Dawn: The Prelude não é feito apenas de batidas.

Contemporâneo de Kendrick Lamar, Pusha T tem a mesma qualidade como rapper ao entregar performances que exalam uma sensação de urgência sobre o que qualquer coisa que esteja falando. Apesar das suas composições não seja tão criticas como as de Lamar, a competência lírica é a mesma. Suas construções semânticas e as escolhas do léxico e, por consequência, as rimas e os jogos com o léxico são sensacionais. Os melhores momentos de King Push – Darkest Before Dawn: The Prelude são: a sombria UntouchableM.F.T.R. com a participação de The-Dream, a batida crua de Crutches, Crosses, CasketsGot Em Covered e sua batida "desconstruída" e Retribution ao lado da novata Kehlani. Agora é esperar o que vem por aí, mas só por essa "amostra" Pusha T pode ser tornar o nome de 2016.

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