18 de janeiro de 2016

Melhores Álbuns de 2015 - Parte III




Parte I
Parte II


15. Blood
Lianne La Havas


"Mudando o rumo da sua sonoridade em comparação ao lançamento de seu debut álbum Is Your Love Big Enough? de 2012 que tinha uma pegada folk indie/soul, Lianne La Havas mostra em Blood o seu lado neo-soul transitando entre o R&B, o jazz, o reaggae e até mesmo o doo-wop. A mudança não causa nenhuma estranheza, pois a produção aliada ao carisma de Lianne conseguem fazer essa transição de uma maneira tranquila, muito bem equilibrada e, o mais importante, entregando um trabalho de rara riqueza sonora sem precisar de grandes "loucuras" sonoras. Blood é uma pequena pérola fonográfica que baseia-se em uma sutileza rara de instrumentalizações simples e edificantes."

14. Confident
Demi Lovato


"Confident é o trabalho de solidificação da carreira de Demi de ídolo teen para diva pop adulta. Todavia, o álbum é uma obra que vai além do velho esquema dessa transição, pois Confident é a plataforma perfeita para mostrar ao mundo um talento que parecia estar escondido durante muito tempo provando que Demi é uma força musical que deve ser reconhecida como tal. Depois de muitas criticas minhas sobre a voz da cantora, eu devo confessar que, para a minha imensa surpresa, Demi é muito melhor que as aparências mostravam. A experiência que Demi conquistou ao longo dos anos aliada a uma excepcional produção vocal garante para o álbum performances simplesmente avassaladoras, poderosas, grandiosas e, por vários momentos, geniais."

13. Hairless Toys
Róisín Murphy


"Hairless Toys, terceiro álbum da cantora irlandesa Róisín Murphy que marca o seu retorno depois de hiato de oito anos desde o lançamento de Overpowered em 2007, não é nada do que poderia se esperar de um álbum de música eletrônica. Não, Róisín não faz uma reinvenção do gênero, mas consegue quebrar algumas grandes expectativas. Hairless Toys é sobre sentimentos densos, sombrios e, muitas vezes, depressivos. Róisín fala sobre como as relações humanas perante os dias de hoje e o prazo de validade de duração para existirem. Também fala da sensação cada vez mais comum de solidão que as pessoas estão sentindo mesmo rodeadas de milhares de outras pessoas. Consumismo. "Vampirismo" de alma. Lares destruídos. Todos são temas abordados em Hairless Toys."

12. Communion
Years & Years


"O que faz do trabalho de Years & Years tão especial e único é, na verdade, o fato dele possuir dois corações que comunicam-se em uma união perfeita: de um lado está todo o sentimento das composições de Communion e do outro batendo na mesma sintonia está Olly Alexander, vocalista do trio. Communion é um álbum sobre amor. Amor platônico. Amor que destrói. Amor à primeira vista. Amor que exala desejo. Amor em toda a sua simplicidade e em toda a sua complexidade. Ou melhor: amor, apenas amor. Tudo poderia cair em um grande poço profundo em que poderia estar empilhadas centenas de clichês. Felizmente, não é isso que acontece, pois Communion é uma belíssima coleção de composições inteligentes e maduras e ao mesmo tempo com uma carga emocional poderosa, sensível e tocante. Como não ouvir a melancólica e linda Without sobre o momento de dizer adeus e não emocionar de verdade? Ou não sentir a delicadeza e o amo com a acústica Ready for You que é o contrário da canção anterior, ou seja, o começo de um romance? Nada disso seria possível, contudo, sem a presença marcante de uma voz capaz de expressar todos os sentimentos contidos no álbum. Felizmente, Olly Alexander é esse vocalista."

11. Delirium
Ellie Goulding

"Despida dos seus maneirismos irritantes ouvidos nos seus dois primeiros álbuns, sendo o principal deles o fato da pretensiosidade artística quase enraizada na sua sonoridade, Ellie mostra a sua capacidade de entregar uma sonoridade fluida, equilibrada, divertida e, principalmente, pop sem neuras e muito bem acabado. Não espere arranjos apoteoticamente pedantes, pois Delirium se mostra o contrário disso: direta, refinada e editada ao máximo. A união de nomes como Greg Kurstin, Ryan Tedder, Max Matin, Klas Åhlund, entre outros nomes menos conhecidos, ajuda a criar uma sonoridade "matadora" no quesito de criar uma coleção de pérolas pop da melhor qualidade. Unindo synthpop com dance, eletrônica e um pouco de art pop, Delirium é assumidamente comercial do começo ao fim, mas sem perder o aspecto melhor da cantora: a sua delicadeza. As batidas, mesmos aquelas feitas para dançar sem parar, conseguem manter uma sutileza comovente. Batidas "clean" predominam em todo o álbum ajudando a Ellie não perder a sua personalidade, apenas mostra a sua maravilhosa lapidação."

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