22 de janeiro de 2016

Melhores Singles de 2015 - Parte IV




Parte I
Parte II
Parte III



20. Here
Alessia Cara

"Here é um R&B/pop que tem como influência em nomes como TLC, Alicia Keys e Mary J. Blige misturando com soul old school que fica claro com a presença do sample de Ike's Rap II de Isaac Hayes, Flertando com o blues em vários momentos, Here não tem na sua sonoridade o seu grande trunfo, mas na qualidade da sua composição: longe de qualquer estereótipo, Alessia narra de maneira inteligente, ácida e sincera o seu deslocamento em relação ao mundo ao querer ficar sozinha em uma festa com "gente estranha" e "música alta"."

19. Alive
Sia

"A canção, na verdade, seria destinado para Adele que a co-escreveu ao lado de Sia e de Tobias Jesso Jr., mas a inglesa decidiu "passar adiante" a faixa. Alive, então, foi recusada pela Rihanna e, por fim, Sia decidiu gravar a música e lançar como single. E não poderia ser uma melhor ideia: Alive é o perfeito veiculo para a australiana continuar a onde de sucesso"

18. Run Away with Me
Carly Rae Jepsen

"Um completo flop comercial, Run Away with Me é uma verdadeira pérola pop. Épica e, ao mesmo tempo, divertida e despretensiosa, a canção tem uma atmosfera anos oitenta que exala uma nostalgia pura sem precisar ser melancólica. A ótima instrumentalização de Run Away with Me é o grande diferencial da canção, pois mostra que pop pode ter profundidade mesmo se utilizando de sintetizadores e base eletrônica. Além disso, o uso do sax ao longo da canção é um grande acerto para dar uma vibe orgânica e ainda mais "oitentista"."

17. Runnin' (Lose It All) [feat. Beyoncé & Arrow Benjamin]
Naughty Boy

"Logo nos primeiros momentos da canção, Bey nos presenteia com seus sedosos e melódicos vocais capazes de derreter o gelo do Pólo Norte. E a cantora continua o ótimo trabalho ao longo da canção que divide com o bom trabalho do desconhecido Arrow Benjamin. O único problema é o fato que os dois cantores não cantarem ao mesmo tempo, mas não é um defeito que atrapalhe o resultado final. Naughty Boy faz o seu bom trabalho ao produzir uma power mid-tempo balada misturando soul, eletrônico e pop britânico em uma canção redondinha, mas que consegue transmitir emoção genuína."

16. Ghost Town
Adam Lambert

"A produção de Max Martin e Ali Payami dá para a música uma atmosfera melancólica e classuda ao começar com um arranjo à base de violão evocando uma atmosfera acústica. Tudo é quebrado quando no refrão a música muda para uma batida eletrônica, mas, felizmente, longe do ultrajante "batidão farofa". O que se ouve aqui é uma batida bem encorpada emanando uma especie de melancolia que combina perfeitamente com a interessante letra falando sobre solidão. Cheia de elementos referenciais bacanas e uma inusitada mistura de Lana Del Rey com refrão de David Guetta, Ghost Town retrata com classe o sentimento de sentir só no meio de uma cidade com milhões de pessoas. Por fim, Adam entrega uma performance contida, sentimental e inteligente em saber qual o momento de soltar a fera dentro dele. O ponto negativo da canção é o seu "meio" que poderia ter sido melhor trabalho para não soar como se fosse exatamente como a primeira parte."

15. Can't Feel My Face
The Weeknd

"Can't Feel My Face é a representação perfeita da simbiose da sua sonoridade original com uma versão mais pop. Para isso a produção, capitaneada por Max Martin e Ali Payami, buscou na influência mais primordial do The Weeknd: Michael Jackson. Não é novidade nenhuma que o cantor tenha no Rei do Pop uma das suas principais, mas, ao contrário do que fez na regravação de Dirty Diana, a produção não desconstrói a sonoridade para reconstruir de uma maneira alternativa."

14. Love Me Like You Do
Ellie Goulding

"Love Me Like You Do mostra que Ellie pode ter encontrado o caminho perfeito para unir a sua estética com um verniz para um público mais abrangente. A produção acerta o tom em uma canção pop romântica longe de ser uma balada repetitiva, mas também não se tornando um batidão farofa sem sentido. A dosagem entre os dois mundo faz Love Me Like You Do uma deliciosa canção synthpop com um arranho pomposo e ao mesmo tempo acolhedor. Ellie mostra uma segurança impressionante em seus vocais "fantasmagoricamente encantadores" conseguindo imprimir a sua personalidade no single."

13. FourFiveSeconds
Rihanna, Kanye West & Paul McCartney

"FourFiveSeconds é uma mudança drástica na sonoridade da cantora: saí do pop/eletrônico/EDM dos seus últimos trabalhos e entra uma mistura inusitada de pop/folk/R&B . Ótima escolha para ajudar a reinventar a cantora que vinha demonstrando que tinha perdido força artística com músicas como Right Now, Pour It Up, Jump e What Now (todas dos seu último álbum Unapologetic). A produção quase minimalista com acréscimo de poucos instrumentos usando de base os acordes de violão em estilo acústico tocado por Paul dá a atmosfera perfeita para que FourFiveSeconds seja uma canção sólida, diferente do que toca no mainstream e ao mesmo tempo viciante."

12. Downtown (feat. Eric Nally, Melle Mel, Kool Moe Dee & Grandmaster Caz)
Macklemore & Ryan Lewis

"Downtown mostra que a dupla continua com a mesma vibe que em seus trabalhos anteriores: hip hop muito bem feito e, principalmente, despretensioso. Se Thrift Shop era sobre "brechós" e o que se poderia encontrar neles, Downtown é sobre a felicidade de ser um dono de uma "lambreta". Sim, a canção é sobre dar uma passeada na sua "lambreta" envenenada e sobre o quanto isso é "foda". Claro, repleta de ironia e com um tom de deboche genial, o single continua a mostrar o talento da dupla como compositores (em especial o Macklemore) sabendo dosar o lado "trollador" com a seriedade para construir uma canção esteticamente perfeita. Essa característica, porém, pode cansar no futuro caso a dupla fica batendo na mesma tecla. Felizmente, ainda não é o caso em Downtown que também conta como ponto alto com uma performance sensacional de Macklemore delimitando perfeitamente o seu estilo sem precisar de receber qualquer tipo de comparação"

11. Ship To Wreck
Florence + The Machine

"A principal marca de Ship To Wreck é o fato da canção ser a mais diferente em How Big, How Blue, How Beautifu:contrariando as "ordens" do produtor Markus Davis, a vocalista Florence escreveu uma música que utilização a água como metáfora assim como em algumas canções no álbum anterior, Ceremonials. Em Ship To Wreck, a composição narra de maneira interessante aquele momento em que estamos a um passo de um colapso nervoso e tudo em volta parece que está para ruir. As construções de imagens são, como sempre, muito bem elaboradas, mas não tão impressionantes como em outras canções como a mesma base. A sua inclusão no álbum logo no começo ajuda a "terminar" esse ciclo da banda sobre esse assunto abrindo espaço para outros temas."

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