29 de dezembro de 2018

Primeira Impressão

Phoenix
Rita Ora




Depois de seis anos de espera devido à vários problemas, a Rita Ora finalmente lançou o seu aguardado segundo álbum: Phoenix. E a pergunta que não quer calar: valeu a pena à demora? Alerta de spoiler: não.

Depois de uma estreia bem sucedida em 2012 em que rapidamente a cantora virou um dos principais nomes da música pop na Inglaterra, Rita cai em um "limbo" que envolveu problemas com a gravadora/empresários, algumas polêmicas pessoais e investimento em outras áreas como, por exemplo, TV e cinema. Só foi há algum tempo que Rita "voltou" ao mundo da música e começou a lançar singles para o lançamento do seu tal aguardado segundo álbum. Esses lançamentos deram, ao menos para mim, uma esperança que finalmente Rita iria mostrar o seu talento como cantora, pois, apesar do sucesso inicial, o primeiro álbum foi de qualidade bem abaixo da média. Uma pena, porém, que essa ilusão não resultou em algo concreto, pois, mesmo melhor que o antecessorPhoenix é uma uma decepção.

O principal problema é que em tese demorou seis anos para ser lançado e cerca de dois para ser produzido, Phoenix é uma obra apressada, sem foco e nenhuma concepção por trás. Obviamente, não estava esperando um álbum conceitual ou com uma profundidade artística que pudesse colocar Rita em um outro patamar artístico. Esperava, sim, um bom e divertido álbum pop, simples e direto assim. Sim, Phoenix é um álbum pop como prometido, mas, infelizmente, também é um trabalho completamente dispensável e quase todo esquecível. Sem parece ter uma estrutura básica que ligue as faixas, o álbum resulta em coleção de canções pop/EDM/electropop/R&B que parece terem sido feitas apenas para, em algum momento, se transformarem em singles. Isso não é necessariamente ruim, mas o problema é que alia-se a isso o fato que a maioria dessas faixas não ter força ou criatividade necessária para se destacarem dentro do mundo pop. Faltou cor, textura e muito tempero para transforma a mediocridade da maioria das canções em algo realmente interessante. Isso não quer dizer que seja um trabalho ruim, pois, trabalhando com o quem é quem do pop comercial britânico/norte americano, Phoenix tem uma produção técnica exemplar e que, em alguns momentos, consegue acertar. O maior dos acertos é a ótima Your Song que poderia ser o espelho principal do álbum, mas que é deixando de lado para dar espaço para canções menos interessantes e com forma formulaico. Outro ponto positivo do álbum é a presença iluminada de Rita que mostra a cada oportunidade ser dona de uma voz carismática e de um timbre interessante que deveria ser melhor explorada como mostra na R&B/pop soul Velvet Rope presenta na versão deluxe. Outros momentos que valem o destaque é o bom single Let You Love Me, a polêmica, mas divetidinha, Girls com a presença da Cardi B, Bebe Rexha e a Charli XCX e a dramática Soul Survivor. Quem sabe daqui a seis anos não poderemos ver finalmente a Rita Ora entregar um álbum que possa ser a confirmação da sua existência como cantora? Por enquanto, a gente fica apenas na promessa.


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