6 de agosto de 2017

Primeira Impressão

Dua Lipa
Dua Lipa




Em um cenário em que surgem novos nomes, basicamente, todo dia devido a velocidade da internet e das redes sociais fica extremamente difícil acompanhar esses artistas. É necessário, então, saber selecionar quem ouvir, mas mesmo assim existe o perigo de perdemos nomes realmente talentosos. Felizmente, esse não é o caso da britânica Dua Lipa que lançou esse ano o seu primeiro e interessante primeiro álbum. 

Em um mundo cheio de novas cantoras de pop muito parecidas entre si, Dua Lipa é um verdadeiro sopro de ar fresco. Não que a cantora faça uma revolução no seu álbum homônimo. Longe disso, pois o álbum entrega o pop e velho pop, sem adição de muitas outras sonoridades. O que faz da jovem cantora realmente interessante é a sua não acomodação em criar um pop ordinário e, sim, dar substância verdadeira ao quebrar expectativas ao utilizar as suas características. A primeira delas é a mais fácil de nota: Dua Lipa é dona de uma das vozes mais marcantes surgidas nos últimos tempos. Encorpada, sensual, grave e com uma personalidade lindamente cativante, a cantora usa muito bem o seu instrumento para dar vida em cada um das faixas sem precisar se utilizar de recursos batidos como, por exemplo, o uso de auto-tune ou a presença de rappers. Além disso, Dua sabe como dar versatilidade para as suas interpretações, mas sem perder a sua personalidade e, principalmente, sem soar como alguma outra cantora. Ou mesmo um estilo de cantar. E não é de estranhar essa característica já que a cantora cita nomes como P!nk, Christina Aguilera e Nelly Furtado como suas inspirações. Todavia, apenas a presença de Dua Lipa não seria suficiente para fazer do álbum um trabalho tão bom e marcante. 

Apesar de possuir vários nomes assinando a produção, Dua Lipa, o álbum, consegue uma coesão impressionante ao ter a mesma linha de raciocínio para todas as faixas: um pop que quebre qualquer expectativa. É necessário ressaltar que para essa resenha ouvi uma versão especifica do álbum que colocou as faixas que fazem parte da versão deluxe de uma forma que o álbum ficasse com dezessete faixas, não diferenciando quais são as canções de cada versão. Ressaltei isso, pois ao ouvir essa versão nota-se que o mesmo trabalho foi dado para todas as canções já que não nenhum momento existe um elo fraco ou uma peça sobrando. Todas as canções conseguem entregar o mesmo nível criativo e técnico, resultando em um pop da melhor qualidade que não confia em construções simples e muito menos previsíveis. Cada canção é recheada de deliciosas nuances, mudanças de texturas e cadencias que variam. Tudo poderia resultar em algo sem rumo ou como um verdadeiro Frankenstein, mas isso não acontece em nenhum segundo sequer, criando o trabalho pop mais entusiasmante do ano e, por tabela, o melhor trabalho de um artista novato do ano. Com um senso de estético para compor composições que tem a capacidade de criar trabalhos com uma pegada comercial e, ao mesmo tempo, com verdadeiros sentimentos expostos de forma verdadeira. O problema no álbum é o fato que, mesmo com tanta qualidades, não existem momentos de grandes destaques, isto é, todas as canções tem a mesma qualidade sem nunca serem geniais. O melhor momento do álbum fica por conta da ótima Garden. Dua Lipa, cantora e álbum, precisam estar na mira do radar do todos que apreciam o pop de verdade.

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