24 de agosto de 2017

Primeira Impressão

Pollinator
Blondie



Vários artistas que hoje são considerados lendas não precisam necessariamente continuar na ativa lançado novos trabalhos, pois a bagagem que construíram já mais do que suficiente. Só que vários deles ainda cultivam ainda uma necessidade de lançarem novos trabalhos. Todavia, quando essas lendas resolvem apostarem em um novo material sempre existe uma expectativa de saber como o mesmo será visto em relação aos seus grandes trabalhos anteriores, principalmente aqueles que são considerados a sua magna carta. Não que é esperado que se repitam a mesma qualidade, mas quando um artista consegue ao menos manter um nível que possa ser considerado acima da média sempre é um ótimo acontecimento. Esse é o caso décimo primeiro álbum (Pollinator) da lendária banda de rock Blondie que ainda consegue manter o mesmo frescor dos tempos de Parallel Lines de 1978 que é considerado a obra prima da banda, apesar de não ter a mesma qualidade final.

Capitaneado por Debbie Harry, um verdadeiro ícone feminino do rock, Blondie é uma daquelas bandas que parecem que envelhecer não é uma palavra que tem um significado real. Com os três principais membros na casa dos sessenta e setenta anos, a banda consegue fazer do novo álbum um refrescante e divertido trabalho de new wave/pop rock que ajuda a colocar no chinelo um monte de "jovenzinhos" por aí. Produzido por John Congleton, acertando o tom ao contrário com que fez com a Nelly Furtado, Pollinator é um trabalho que consegue deixar intacta a sonoridade do grupo em um trabalho instrumental impecável e com um senso estético preciso e refinado, mas que não tem o mesmo estofo que os grandes momentos da banda. Claro, o auge criativo da banda foi no meio da década de '70 e algo sempre se perde ao longo dos anos. Além disso, o álbum perde o caminho da sua metade para frente ao patinar com algumas escolhas sonoras duvidosas como, por exemplo, a esquisita e sem rumo Best Day Ever que nem mesmo a co-autoria da Sia ajuda a melhorar. Falando em composição esse é o maior problema do álbum: apesar de serem trabalhos bons, na sua maioria, o álbum não possui nenhum grande momento lirico capaz de chamar a atenção em um primeiro ou último momento. Parece tudo um pouco automático e frio, mas que é remediado pela presença marcante e maravilhosa de Debbie que, aos 72 anos, é uma verdadeira potencia como interprete e condutora de qualquer tipo de canção. Entre os melhores momentos de Pollinator são o single Fun, Long Time, Already Naked, When I Gave Up on YouFragments. Blondie não precisa mais prova para ninguém o seu valor, mas, felizmente, continua a mostra um pouco de todo o seu imenso valor ao não ter medo de continuar arriscando.

Nenhum comentário: