25 de setembro de 2016

Antes Tarde do Que Nunca - Grandes Álbuns

Purple Rain
Prince And The Revolution


No final da década de setenta e durante toda a década de oitenta havia três nomes que poderiam fazer qualquer coisa que o público iria comprar sem nenhuma dúvida. E por causa disso, Michel Jackson, Madonna e Prince se tornaram os maiores nomes da indústria da música daquela era e, claro, de todos os tempos. Uma dessas coisas que os três lançaram foi filmes em que eles eram protagonistas e, também, responsáveis pelas respectivas trilhas sonoras. Por incrível que pareça o que obteve o maior sucesso comercial e de critica nessa época foi o Prince com o lançamento o icônico filme Purple Rain e a sua trilha sonora que é considerada, não apenas uma das melhores trilhas de todos os tempos, mas também como um dos melhores álbuns da história e a obra de arte suprema do Prince.

Purple Rain, o filme, é uma quase biografia da própria vida de Prince sob o codinome de The Kid, um jovem problemático que encontra uma saída da sua difícil vida na música. Dessa maneira, a trilha sonora acompanha a história do filme, narrando os acontecimentos e emoções através das letras e, também, da sua indiscutível e inacreditável sonoridade. Entretanto, quem escuta a trilha sonora não precisa de maneira nenhuma ter visto o filme ou até mesmo saber da sua existência, apesar disso ser quase impossível. Purple Rain, o álbum, tem como a sua primeira grande qualidade um aspecto raro de se encontrar e só aparece em trabalhos como esse: a atemporalidade. 


Lançado em 1984 e com uma vendagem de aproximadamente de 22 milhões de cópias mundialmente, Purple Rain já era o sexto álbum da carreira do cantor. Todavia, só com esse trabalho que Prince conseguiu alcançar o status que o acompanha até hoje, mesmo depois da sua trágica morte no começo do ano. A sua sonoridade inovadora mistura rock e soul de uma forma que parece que os mais de trinta anos do seu lançamento não passaram e todas as suas faixas não envelheceram um dia que seja. Claro, nota-se uma forte influência da sonoridade vinda dos anos setenta e a que estava nascendo na década oitenta no trabalho, mas, assim como a pedra fundamental de uma construção monumental, Purple Rain não recria, não reconstrói, não restaura e, muito menos, não cópia nada do que já tinha sido feito. O álbum, na verdade, constrói algo completamente novo e extremamente excitante em apenas nove faixas que seria a fonte de inspiração para centenas de artistas que viram depois. 

Trabalhando ao lado da sua lendária banda The RevolutionPrince consolida em Purple Rain a sua principal marca que o seguiu até o fim: o extraordinário trabalho de instrumentalização. No álbum é possível ouvir com clareza impressionante o distinto e imortal trabalho com a guitarra de Prince do começo ao fim. Cada faixa é uma viagem musical em podemos perceber cada detalhe da genialidade do cantor como produtor/instrumentalista/compositor/vocalista. E acreditem: a viagem é quase no nível transcendental. 

Tudo começa na eletrizante Let's Go Crazy em que Prince nos leva para uma animada cerimônia religiosa em uma igreja pentecostal frequentada pelo comunidade negra americana. Apesar de falar sobre religião e na briga entre o bem e o mal, a faixa tem um toque delicioso de insanidade explosiva que a deixa ainda mais poderosa. Depois de passar pela deliciosamente cadenciosa Take Me With U, o álbum chega em dos momentos mais avassaladores no quesito vocal: The Beautiful Ones é uma sensual e provocante balada soul/new wave em que Prince entrega uma performance visceral. A divertida e atiçadora Computer Blue é o "prelúdio" perfeito para a sexual/sexy/provocativa/sensual Darling Nikki, uma crônica sobre a noite de sexo mais avassaladora de todos os tempos. Com uma batida crua e pensada para soar como se fosse uma gravação ao vivo, a faixa encera o lado A do álbum com um poder impressionante. Todavia, nada prepara para o lado B do disco, lembrando que naquela época havia apenas o famoso vinil.

O labo B inicia com a extraordinária When Doves Cry que se transformou em uma das canções símbolos do artista e considerada uma das melhores de todos os tempos. Composta, produzida e instrumentalizada apenas por Prince depois do álbum já está pronto, a faixa tem uma construção completamente diferente das músicas feitas na década como, por exemplo, não possui a parte grave por baixo do arranjo e dois solos (um de guitarra e outro de sintetizador). Depois da canção aparece a simpática e contagiante I Would Die 4 U que fica com o posto de faixa mais fraca do álbum, mesmo sendo um trabalho realmente primoroso. Então, Purple Rain começa a caminhar para o seu final apoteótico com a contagiante e revigorante Baby I'm A Star em que Prince parece estar em estado de transe vocal, deixando a canção ainda mais saborosa e potente. A última canção é aquela que dá nome ao álbum e ao filme: Purple Rain é o ápice de um trabalho já genial. Aqui Prince colocar toda a sua força emocional em um arranjo apoteótico, mirando uma especie de gospel/rock avassalador e inebriante. Um verdadeiro hino que gerações que ainda viram deverão louvar, cantando o seu simples e edificante refrão e sendo invadido pelo poder da guitarra de Prince. Infelizmente, perdermos o talento do cantor e não existirá ninguém que possa chegar aos pés dele. Entretanto,  Prince será simplesmente eterno assim como uma imagem em uma película que o tempo não conseguirá estragar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mas gente... Q resenha foda! Cara, você está de parabéns! NÃO TEM nenhum outro site que analisa canções, álbuns q nem o "SS"! Por favor, não pare nunca de escrever rs Você já pensou em investir mais no site? Digo, fazer algo maior? Vlw