20 de setembro de 2016

Primeira Impressão

Stranger Things, Vol. 1
Kyle Dixon & Michael Stein




A trilha sonora incidental, ou seja, aquela apenas composta por instrumentos é importantíssima para filmes e séries de TV. São essas músicas as responsáveis por dar todo o clima de qualquer obra, seja ela um romance épico ou um terror sanguinolento. Das mais pomposas até as mais contidas, essas trilhas conseguiram, ao longo da história, marcar época e influenciaram dezenas de artistas nos anos posteriores. Nomes como os compositores/maestros John Williams (Star Wars, E.T. - O Extraterrestre, Indiana Jones), Enio Morricone (Era uma Vez no Oeste, Cinema Paradiso, Os 8 Odiados) e Hans Zimmer (O Rei Leão) são apenas alguns nomes mais conhecidos que compuseram as maiores trilhas de todos os tempos. Normalmente, essas trilhas são feitas através de gravações de orquestras com instrumentos clássicos. Entretanto, sempre existiu nomes que procuram sair de padrão e entregar ousadas trilhas sonoras como é o caso a do seriado Stranger Things.

Para quem esteve em um bolha nos últimos tempos, Stranger Things é nova série queridinha dos momentos. Lançada na Netflix, o seriado é uma ficção cientifica sobre um grupo de crianças que precisa desvendar um grande mistério em uma cidade no interior dos Estados Unidos envolvendo experiências do governo, uma garotinha com poderes especiais e um monstro que vive em um mundo diferente. Se passando anos oitenta, Stranger Things é completamente lotado de referências da década, desde as suas influências (E.T. - O Extraterrestre, a franquia Alien, os filmes teens como, por exemplo, Os Gonnies e O Clube dos Cinco, entre outros), a sua ambientação e, também, a sua música. É aqui que entra o trabalho do Kyle Dixon e Michael Stein da banda Survive, responsáveis pela trilha sonora do seriado.

Lançada como Stranger Things, Vol. 1, o álbum contendo uma parte das canções incidentais usadas durante todos os oito episódios da primeira temporada. Depois de ouvir todas as trinta e seis faixas com variação de duração de quarenta segundos até cinco minutos, a certeza que fica é a importância da trilha para a atmosfera oitentista e nostálgica que a série emana: feita toda usado bases de sintetizadores e outros instrumentos eletrônicos, as canções invocam perfeitamente a sonoridade da década mais neon de todos os tempos. Tendo como referências não só apenas grandes nomes da época como Vangelis, Giorgio Moroder, Jean Michel-Jarre e outros, mas, também, nomes do mundo pop como Devo, Depeche Mode, Pet Shop Boys e Eurythmics, toda a complicada construção da trilha tem como intuito criar essa atmosfera de volta ao tempo ao mesmo tempo em que reverencia essas claras influências. Além de criar o clima para as mais diferentes cenas, indo das mais banais até aquelas densas e sombrias. Cada faixa é composta por uma variedade de nuances e texturas impressionantes que dão para Stranger Things, Vol. 1 uma áurea de grandiosidade, mas que nunca chega a ser pretensiosa devido a pegada contida que a dupla dá para cada faixa, lembrando sempre que o seriado é constantemente voltado para o suspense. Claro, com uma quantidade tão grande de faixas há de existir uma leve discrepância entre algumas no que diz respeito a qualidade, mas, felizmente, a maior parte do álbum é composto de faixas realmente interessantes com o destaque para o tema geral da série (que leva o mesmo nome de Stranger Things), Kids, The Upside Down e, a melhor de todas, Hawkins. A trilha de Stranger Things assim como o seriado, ou pelo menos a primeira temporada, já entraram para o hall de verdadeiros clássicos modernos da indústria do entretenimento. E que venha a segunda temporada e o segundo volume.

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